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Caderno D

Teatro da Neura encena 'Vita Brevis ou A Resposta de Flória Emília'

Leitura encenada será apresentada sexta e sábado, às 20 horas, no Espaço N de Arte e Cultura, em Suzano

30 junho 2017 - 07h33Por De Suzano
O Teatro da Neura reapresenta a leitura encenada "Vita Brevis ou A Resposta de Flória Emília" sexta-feira (30) e sábado (1), às 20 horas, no Espaço N de Arte e Cultura, em Suzano (Rua José Garcia de Souza, 692, no Jardim Imperador). A encenação está inserida no projeto "Sexta que Lá Vem História". A classificação indicativa é de 12 anos.
 
Inspirada na obra "Vita Brevis - A Carta de Flória Emília para Aurélio Agostinho", de Jostein Gaarder, a leitura encenada convida o público a conhecer a história de Flória Emília, que amou profundamente Aurel e foi sua companheira fiel. Por 12 anos viveu com ele, embora pertencesse a uma casta inferior. Abandonada de repente, ela passa a escrever cartas para o amado, que se tornou bispo de Hipona, padre da igreja católica e por fim Santo Agostinho. O elenco do espetáculo é composto pelas atrizes Aline Ribeiro, Thaís Fernandes e Camila Ribeiro.
 
De acordo com a diretora, a atriz e dramaturga Tuane Vieira, a escolha do livro escrito por Gaarder deu-se pelo fato de ter muitas referências interessantes sobre a obra de Santo Agostinho e por mostrar, num retrato social bastante cru, a condição descartável da mulher desde tempos muito antigos. 
 
"Flória é uma mulher que amou incondicionalmente e entregou-se inteiramente ao sentimento. Aurel representou tudo o que a sociedade na época representava. É uma luta direta do sentimento contra a obrigação. De homens que se acham donos de suas mulheres a ponto de abandoná-las e procurá-las na mesma medida, como se isso não afetasse a saúde psíquica delas", comenta.
 
Escrita em 2008, quando Tuane tinha 23 anos, a obra vira do avesso a doutrina de Santo Agostinho em uma hipotética réplica a suas "Confissões". "No texto, Flória escreve dez cartas-resposta para cada livro das 'Confissões', de Santo Agostinho, antes Aurel, seu companheiro por 12 anos. Na peça, ela é representada por cada uma das gerações de mulheres que, apesar das decepções, da violência, do abandono sistemático que toda mulher sofre no decorrer da vida, continuam caminhando e não desistem de encontrar a si mesmas. Na época que a obra foi lançada, eu tinha uma visão de mundo bastante diferente, com outras referências e experiências. Ainda hoje me orgulho muito de ter transformado essa história em espetáculo", revela.
 
Elenco
De acordo com a diretora, o elenco foi escolhido de maneira pensada para simbolizar gerações diferentes de mulheres. "Temos três atrizes, de idades distintas, passando por momentos completamente diferentes, com históricos e impressões vastas sobre o 'ser mulher'. Também me considero ativa nesse processo de ensaios e de pensamento dessa leitura, além da organização cênica e preparação das atrizes. Minha caminhada influencia no meu olhar crítico para essa leitura. Toda a minha vida foi baseada no afeto e no amor. Acho que Flória é um pouco assim. Ela ama mais a própria vida do que amou Aurel um dia", finaliza.
 
Serviço
A entrada para a leitura encenada é no estilo "pague o quanto puder". O valor arrecadado será utilizado para pagar as contas da sede da companhia teatral, que está enfrentando dificuldades para se manter em funcionamento. 

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