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Jornal Diário de Suzano - 24/04/2024
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Coluna

Liberdade, Igualdade, Fraternidade

19 agosto 2017 - 06h00
A Ordem Maçônica ainda é bastante desconhecida por grande parte da gente. E nunca pretendeu mais destaque. Mesmo que tenha atuado e atue em nossa história real, ainda que muito discretamente, há séculos. 
Já sabemos que Tiradentes, com o apoio maçônico, esteve em Portugal, buscando apoio da recém estabelecida República dos Estados Unidos da América. Solicitou e conseguiu aprovar para o Rio de Janeiro: implantação de um porto, o que não existia em fins do século XVIII; sistema de distribuição de água para a população e um armazém. Esse armazém guardaria o trigo que seria vendido pelos americanos em troca do apoio militar para a nossa Independência. Esses dados estão no Arquivo do Tombo, em Lisboa. Os principais líderes americanos eram maçons. Mas, como sabemos, a Inconfidência Mineira foi traída, e Tiradentes foi o único condenado a morte. 
Numa sessão de Loja Maçônica no Rio de janeiro, a 20 de agosto de 1822, foi estabelecida a decisão pela Independência do Brasil. A posição da Ordem Maçônica tendo à frente líderes como José Bonifácio e mesmo D. Pedro I teve reconhecido seu propósito. Atuaram igualmente em favor da Libertação dos Escravos, e pela implantação da República. E continuou presente, até hoje, com seu clamor de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", ainda que com essa mesma discrição, em todos os movimentos democráticos de nosso País. 
"Maçom" é palavra francesa que significa "pedreiro". Vem da Antiguidade com a construção de templos. Compreensão ampliada pela ação dos Cavaleiros da Idade Média que em sua fé buscavam também erguer templos cristãos no caminho da Europa à Terra Santa. Depois foram perseguidos, massacrados, como pela Inquisição, também sabemos. Isso os obrigou a se tornarem secretos e, hoje, discretos. A partir do século XVIII, deixaram de erguer templos físicos, para reconhecer que cada homem é um templo e ele é que precisa aprimorar-se.
A Ordem Maçônica não é religião. Acredita em Deus, o Grande Arquiteto Do Universo. Destaca a Humanidade, a Família e a Pátria. Mesmo que com o seu apoio aos mais necessitados, não é instituição filantrópica. Luta pela postura ética, contra a corrupção, mas não faz política partidária. Acredita que a Humanidade pode melhorar se cada um buscar aperfeiçoar-se. Se pensarmos numa imagem de pedreiro, podemos nos dar conta de que uma pedra bruta sempre pode tornar-se polida. Assim, entendem que todos, cada um de nós, podemos vir a nos tornarmos melhores, juntos e com vontade.
Para Suzano temos o marco do Centro Histórico, em 1890, com nomes de maçons nas ruas, Francisco Glicério, Campos Sales, Benjamin Constant entre outros.
A Ordem Maçônica, como uma instituição, que não se lança à própria exibição nem a de seus membros, mas a ser discreta, como se propõe, que pretende fazer um ser humano melhor e assim uma humanidade boa, construtiva, é um modelo. Com certeza, podemos nos aprimorar lapidando cada um a pedra de nosso próprio templo pessoal.