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Caderno D

Bárbara Paz mergulha no universo da bipolaridade em ‘A Regra do Jogo’

26 setembro 2015 - 08h00

Interpretar personagens que fogem do comum já se tornou habitual para Bárbara Paz. A atriz, que dá expediente como a bipolar Nelita em "A Regra do Jogo" (Globo), garante que não se incomoda com esse traço. Ao contrário: sente orgulho por perceber que se mostrou capaz de convencer na pele de tipos como a "drunkoréxica" - pessoa que substitui as refeições por bebidas alcoólicas - Renata de “Viver a Vida” (2009) ou a perturbada Edith de "Amor à Vida" (2013). E na atual novela das 21 horas da emissora carioca, Bárbara sente menos essa diferença entre sua personagem e os demais da trama de João Emanuel Carneiro. "Ninguém é muito normal ali (risos). A Nelita é uma boa pessoa, só que tem uma chave que vira e a transforma em outra mulher, totalmente diferente", analisa. Para a personagem, Bárbara relembrou uma atividade que sempre a interessou. E que, na adolescência - a atriz hoje tem 40 anos -, até lhe rendeu algum dinheiro: as artes plásticas. “Gosto de trabalhar, sempre fui muito agitada. Preciso mexer com as mãos e criar e a pintura me ajuda nisso”, explica. Bárbara, aliás, assina todas as peças creditadas a Nelita na novela. Na entrevista a seguir a atriz fala um pouco mais sobre isso e sua paixão pela direção - atividade que exerceu recentemente no “making of” do filme “Meu Amigo Hindu”, de seu marido, o cineasta Hector Babenco, que também será tema de um documentário no qual a atriz trabalha, “O Homem que Sonhava Filmes”. Nelita tem dupla personalidade em “A Regra do Jogo”. Como você lida com isso em cena? Bárbara Paz - Ela é diagnosticada como bipolar psicótica, mas a gente não sabe qual é realmente a doença dela. Cada médico fala uma coisa. É uma mulher muito oprimida pela família e que tem mesmo essa dupla personalidade. Ela é artista plástica, então não consegue viver numa casa tão aristocrática. E ainda mais com esse pai, que a culpa o tempo todo por a outra ter morrido. Vejo a Nelita como um passarinho trancado em uma gaiola que quer fugir. Mas a gente percebe que ela é doente. O que acho bacana nessa abordagem é que muita gente usa a palavra bipolar de maneira banal, mas não é. Existem muitos níveis de bipolaridade e, no caso dela, é sério e precisa de tratamento. Nelita é artista plástica e você se interessa por essa área. Tanto que os trabalhos dela são feitos por você. De onde partiu essa ideia? Bárbara - Sim, as artes são minhas. Eu quis muito emprestar isso para a personagem. Quando eu descobri essa particularidade, ofereci. Geralmente, é outra pessoa quem faz e o ator só finaliza. Mas mostrei um vídeo para a Amora (Mautner, diretora) e ela curtiu. Então, tudo que tem no cenário é meu. É um grafite corporal, algo muito bonito, uma espécie de coreografia. Quase uma videoarte. Esse trabalho se faz mesmo em uma galeria de arte e eu espero que a Nelita chegue nesse ponto. Até onde a relação da Nelita com o Orlando (Du Moscovis) deve caminhar? Bárbara - Os atores acompanham a história conforme o texto chega Eu não sei que rumos eles vão seguir, mas o Orlando é um cara que tenta mostrar para a Nelita que não é mau ter essa bipolaridade. Ele começa a jogar com ela. E a Nelita é cercada por problemas que afetam toda a sua família. A mãe cuida excessivamente, de um jeito que chega a sufocá-la. Ela vive fragilizada. Você é normalmente escalada para interpretar personagens com dramas fortes. A que credita isso? Bárbara - Adoro isso e acho que são papéis que cabem bem em mim, consigo acessá-los com facilidade. Mas por que costumam me colocar nessa situação é algo que deve ser respondido pelas pessoas que me chamam. Eu não sei mesmo a razão, só tento aproveitar essas oportunidades. Mas é verdade que muitos atores, quando liam sobre a Nelita, imaginavam que a personagem era minha. Ouvi demais “eu sabia que era você”. Isso é bom, eu acho. Fiz mais comédia do que drama no teatro, por exemplo. O humor me encanta bastante nos palcos. Mas acho que não somos nós que procuramos os papéis, eles nos encontram. Você já tem experiência em direção. Pretende exercer essa função em uma novela um dia? BÁRBARA - Sim, projeto meu futuro para a direção também. Estou em A Regra do Jogo como atriz, mas também aproveito para observar. Fala-se em muitas limitações na TV e nessa novela eu consigo enxergar diversos paradigmas sendo quebrados no que diz respeito à direção. Não sei se chegarei a dirigir uma novela, porém não estou fechada.

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