O filme “Amy”, dirigido por Asif Kapadia, sobre a vida e carreira da cantora britânica Amy Winehouse, uma das artistas mais importantes de sua geração, será exibido no Brasil pela rede de cinemas Cinemark. As exibições ocorrerão entre os dias 26 e 29 de setembro, e informações sobre horários e salas ainda não foram divulgados. Produzido pela “On The Corner Films” (do documentário Senna, vencedor do BAFTA 2012) e subsidiado pela Globe Productions, empresa do grupo Universal Music, “AMY” estreou no festival de Cannes deste ano. O filme foi o maior lançamento de documentário britânico da história, e conta a trajetória da jovem cantora inglesa que virou um importante nome do soul, jazz e R&B contemporâneo. Amy Winehouse morreu em julho de 2011 e possui três álbuns lançados: Frank, Back to Black e Amy Winehouse Live, além do trabalho póstumo Lioness: hidden treasures. Houve, por um período curto de tempo curto demais para qualquer um, uma força da natureza em forma de cantora como há muito não se via, ou ouvia. Era magra, daquelas que poderiam ser levadas por uma ventania mais invocada. Ninguém poderia acreditar que a voz ouvida nos discos (dois só, lançados enquanto ela era viva), saía daquele corpinho esquálido. Isso talvez acontecesse porque a voz de Amy Winehouse, cantora que completaria 32 anos na última segunda-feira, não dependia apenas da física e dos músculos e cordas vocais. Era um impulso para cantar que vinha de dentro. De um lugar que apenas algumas pessoas de fato atingiram. São eles os verdadeiros cantores do soul. A alma. Amy deixou um rastro de corações destruídos pela sua voz e pela partida antecipada. Morreu aos 27, ingressou no maldito e informal "clube dos 27", formado por músicos que também se despediram nesta idade, como Brian Jones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain, e por aí vai. A jovem inglesa viveu seus extremos. Foi até o limite da vida. E voltou algumas vezes. Não na madrugada daquele dia 23 de julho de 2011 - meses depois de uma conturbada passagem pelo Brasil, no início daquele ano. Amy Winehouse era atormentada por próprios fantasmas e traumas. Bebia, fumava e injetava para fugir da realidade da qual vivia. Com a música, sua voz, era capaz de cuspir alguns para fora, mas nunca foi suficiente. Nos últimos anos de vida, era vista pelas ruas do bairro de Camden Town, no norte de Londres, em um estado cada vez mais esquelético. Definhou na frente de todos, graças às lentes dos papparazzi. Talvez exagerasse ainda mais por conta disso. Amy nunca conseguiu aguentar o peso que é viver. Se estivesse viva, talvez estivesse lançando um disco de reggae, como quis e a gravadora negou. Talvez estivesse limpa, como o seu amigo Pete Doherty, do Libertines. Ficar no "e se" nunca foi o que direcionou Amy, sua vida ou sua música.