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Cidades

Comissão Processante apura 'rachadinha' de Lisandro; vereador alega perseguição

Parlamentar é alvo de denúncia sobre suposta prática de ‘rachadinha’ - quando há a retenção do salário de assessores

13 novembro 2019 - 22h08Por Marcus Pontes - de Suzano
Com 17 votos, a Câmara de Suzano abriu nesta quarta-feira, 13, uma Comissão Processante (CP) contra o vereador Lisandro Frederico (PSD) para investigar sobre suposta prática de ‘rachadinha’ - quando há a retenção de parte do salário de assessores. A CP é formada pelos parlamentares Leandro Alves Faria (PL), o Leandrinho; Antonio Rafael Morgado (PDT), o professor Toninho Morgado e Rogério Gomes do Nascimento (PRP), o Rogério da Van. 
 
Agora, os vereadores, que compõem a comissão, devem iniciar, em até cinco dias, os procedimentos para apurar a acusação contra Lisandro. A conclusão pode durar até três meses. Caso a apuração aponte para o crime de ‘rachadinha’, Lisandro pode ter o mandato cassado. 
 
O presidente da CP, o vereador Leandrinho, afirmou que, a princípio, não é possível dar uma declaração sobre o fato, uma vez que não teve acesso completo ao processo no qual investiga a suposta prática exercida por Lisandro. “Depois desses cinco dias, podemos falar sobre (a acusação). Não recebemos o conteúdo do processo”. O vereador ainda frisou que Lisandro terá “total direito a ampla defesa”.
 
Conforme antecipado pelo DS na edição de quarta-feira, Lisandro é suspeito de reter parte do salário de assessores, para manter despesas do gabinete e da ONG PAS. O tema veio à tona após investigação iniciada pela Polícia Civil em fevereiro deste ano.
 
Segundo a denúncia, após assumir uma cadeira no Legislativo suzanense, Lisandro teria supostamente exigido dos assessores uma contrapartida mental para a ONG PAs e depois para o gabinete. O vereador nega a prática. 
 
Bastidores
 
A 36ª sessão ordinária do ano, marcada pela denúncia contra Lisandro, foi adiada em dez minutos. Cerca de sete vereadores haviam chegado no horário habitual, que é às 18 horas.
 
A chegada do restante dos parlamentares ocorreu de forma gradativa. Um dos últimos foi justamente Lisandro.
A presidente da Casa de Leis, a vereadora Gerice Lione (PL), a esposa do Prefeito da Academia, anunciou que, na pauta do dia, o item 3 seria a discussão sobre a instauração da CP. Houve um debate com Lisandro, o qual não se prolongou.
 
No entanto, os dois parlamentares voltaram, minutos depois, a argumentar sobre a rejeição de um requerimento, de autoria de Lisandro, pedindo respostas do Executivo. 
 
Lisandro diz ser vítima de perseguição política
 
O vereador Lisandro Frederico (PSD) declarou que é vítima de uma perseguição política. Para ele, a abertura da Comissão Processante (CP) é resposta ao anúncio da pré-candidatura à Prefeitura. 

“É uma Câmara que arquivou denúncias, com provas, e, hoje, a gente tem essa denúncia. Isso está muito claro. A perseguição ocorre há anos”, reforçou. 

Na tribuna, porém, o parlamentar criticou o fato de o pedido para a abertura da CP ter partido de um empresário, uma vez que a investigação corre em sigilo. Disse também que tal solicitação deveria partir de um partido político ou vereador. 

Lisandro revelou ainda que, nesta quinta-feira, 14, irá registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.), para que seja investigado o vazamento do inquérito, que ainda está em fase de apuração. E pôs em descrédito a denúncia ter sido feita por um empresário do ramo de fogos de artifício. 

Quando perguntado sobre as declarações de assessoras, o vereador refutou as acusações e questionou: “Quem vai praticar um crime e dar recibo?!. Sempre agi na legalidade”, frisou.

O vereador finalizou dizendo que concorda e apoia a investigação sobre a suposta prática de ‘rachadinha’. 
Durante à tarde, o vereador havia emitido nota em que afirma que a representação está repleta de calúnias e mentiras ao seu respeito. “O documento jamais poderia ter sido acessado por um cidadão comum e tão pouco acolhido pelo Legislativo, até mesmo porque, de acordo com a Lei Orgânica do Município e o Regimento Interno da própria Câmara, acusações contra um vereador só podem ser feitas por partidos políticos ou pela Mesa Diretiva”. 

Lisandro, agora, quer saber como os documentos sigililosos foram parar na mão do denunciante e que providências serão tomadas pela Câmara quanto ao assunto.

Lisandro explica que, assim como outros políticos do Alto Tietê, ele tem, sim, uma apuração em andamento na Seccional, a qual, até ontem, encarava como “normal”, apesar de “envolver estranhamente” ex-funcionárias de seu Gabinete com quem teve problemas e não mantém, hoje, convívio, além de ex-voluntárias da ONG da qual faz parte e com as quais, também, não nutri relação próxima - até mesmo em razão de algumas serem funcionárias da Prefeitura de Suzano, com a qual tem embates públicos desde o início de seu mandato.

Lisandro afirmou que não esperava que o documento fosse parar na Câmara Municipal como “produto de um crime”, já que a investigação da Seccional só pode ser acessada pelos advogados das partes, pelas partes e por investigadores. 

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