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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Cidades

Empresas de construção civil e do ramo mobiliário colocam 250 funcionários em férias na região

Temor pelo novo coronavírus também está afetando o Sindicato dos Metalúrgicos de Suzano

08 abril 2020 - 12h08Por Daniel Marques - de Suzano
Cerca de 250 funcionários, de quatro empresas do ramo mobiliário e de construção civil, entraram em férias coletivas por conta do novo coronavírus no Alto Tietê. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Mogi das Cruzes e região (Sintramog), Josemar Bernardes André, os funcionários estão "apreensivos" com o atual momento de pandemia. 
 
Isso porque, apesar de algumas empresas estarem em férias, muitas outras estão operando, já que a quarentena determinada pelo governo do Estado não obriga a indústria a parar de funcionar. Com isso, muitos colaboradores seguem na ativa. 
 
"Eles vão usar o transporte coletivo para ir ao trabalho e vão se contagiar. O governo está demorando muito para adotar medidas de proteção às empresas e aos trabalhadores. As indústrias - que não estão entre os serviços essenciais - estão produzindo, e os funcionários estão à mercê do contagio", diz o presidente.
 
Das empresas citadas por André que entraram em férias coletivas, uma fica em Itaquá, uma em Poá e duas em Suzano. O sindicato abrange nove cidades da região (apenas Arujá está fora da lista).
 
Ele também conta que algumas obras pararam e que outras estão com o número de funcionários reduzido. Como forma de amenizar os problemas, o sindicato tem conversado com as construtoras, propondo medidas que vêm sendo atendidas pelas mesmas.
 
"Elas adotaram medidas de segurança, colocaram medidores de calor e álcool em gel. Tem construtora que está vetando a entrada do trabalhador que tem gripe. Pedimos para as empresas dispensarem os idosos e pessoas mais vulneráveis também", ressalta.
 
Metalúrgicos
 
O temor pelo novo coronavírus também está afetando o Sindicato dos Metalúrgicos de Suzano. Pedro Benites, presidente da associação, diz que os funcionários estão receosos com a situação atual e sinalizou que o fechamento do comércio tem prejudicado a produção metalúrgica.
 
"A nossa preocupação é que as empresas não têm para quem vender e não tem quem compre (as peças). Nossa área metalúrgica não é de abastecimento ou medicina, então vemos um quadro muito preocupante para a economia, não só para a cidade de Suzano, mas para o País todo", diz Benites.
 
"Os trabalhadores metalúrgicos precisam comer também, e a forma como o governo vem colocando a complementação, caso haja uma redução de jornada, é difícil", completa o presidente.
 
Ele também reclamou do auxílio de R$ 600, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que será direcionado aos trabalhadores informais. Benites criticou os meios de acesso ao dinheiro e falou que o valor é pequeno. 
 
"A questão dos R$ 600, as pessoas estão entrando no site e está fora do ar. Fizeram um acordo e não ter como receber o valor [...]eu acho muito pouco. Os camelôs, por exemplo, precisam do dinheiro para se manter, mas não conseguem isso com R$ 600".
 
Benites também conta que o sindicato está fazendo negociações por férias coletivas e banco de horas com as empresas metalúrgicas, a fim de minimizar os impactos do novo vírus.