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Cidades

Estudantes premiados relatam emoção com desenhos na Raul Brasil

Desenhos inspiram pinturas do muralista Eduardo Kobra que estampam paredes da escola

28 setembro 2020 - 23h59Por Daniel Marques - de Suzano
Amor, paz, carinho e emoção. A sensação de verem seus desenhos inspirando pinturas do muralista Eduardo Kobra é traduzida em poucas (porém certeiras) palavras pelos estudantes que “deram uma mãozinha” no processo de revitalização da escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano.
 
Premiados no Concurso de Paz nas Escolas, promovido pela Secretaria Estadual de Educação, os jovens, apesar da pouca idade, já têm uma dimensão da importância que seus desenhos terão no retorno das crianças e adolescentes que estudam na Raul Brasil.
 
Normalmente, crianças ao serem entrevistadas, apresentam certa dificuldade para argumentar, e isso é normal por conta da idade. Mas isso passou longe de acontecer desta vez. 
 
Com palavras muito sóbrias, como as de quem realmente entende do que está falando, alguns dos estudantes premiados falaram ao DS sobre suas pinturas e destacaram a importância delas para os alunos da Raul Brasil.
 
Yasmin Yukie Shimada Cardoso está no 4º ano na E.E. Zeikichi Fukuoka. Com apenas nove anos de idade, a menina se mostrou desenrolada para falar e explicou, com muita segurança, o motivo de ter feito um desenho com várias pessoas de etnias e deficiências diferentes de mãos dadas – um dos premiados no concurso.
 
“Fiz um desenho com muito carinho que representasse paz, como quero que sejam as coisas. Escolhi porque as pessoas estão de mãos dadas para representar a paz. Quero que elas sintam paz e amor”, disse a criança. A madrasta de Yasmin, a comerciante Giovanna Bitencourt, 27, diz estar orgulhosa da enteada. Ela conta que a menina sempre gostou de desenhar e que foi "uma festa" quando descobriu que o desenho da garota estava entre os selecionados.
 
“Olhei o comunicado e vi que eram crianças maiores, mais adolescentes. A Yasmin desenha bem. Quando ela entrou no concurso, expliquei que poderia não ganhar, mas pedi para que não ficasse triste e disse que o importante era participar. Quando abri o resultado, foi uma festa”, contou Giovanna.
 
William Soares Lourenço tem 11 anos e cursa o 5º ano na E.E. Roberto Bianchi. O menino desenhou um livro aberto, onde em um dos lados, uma pomba segurava um lápis com a boca, e no outro, uma mão aberta foi pintada com um pedido de paz.
 
Ele ficou emocionado com a escolha e se diz feliz por também estar, com seu desenho, emocionando outras pessoas. “Escolhi esse desenho porque gostei muito e é legal e colorido. Quero que todas as pessoas tenham paz e desejo que todos (os que morreram no ataque) estejam muito felizes lá em cima e que sejam homenageados. (Os que verem o desenho) Sintam a paz deles que morreram”, disse o garoto.
 
A mãe dele, a dona de casa Juscelina Soares da Silva, 30, destacou a emoção que sentiu com toda a situação e disse que William pediu paz nas escolas e em todo o mundo.
 
“Fiquei muito emocionada por saber que ele, vendo tudo o que aconteceu, abriu o coraçãozinho para desenhar o símbolo de paz, não só pelas escolas, mas pelo mundo todo”, relatou a mãe.
 
Samara de Lima Dourado Ribeiro tem 16 anos. Ela cursa o 1º ano do ensino médio na E.E. Professor Paulo Américo Pagannucci e diz que nunca havia feito nenhum desenho para concurso. 
 
Com uma pomba branca dentro de um coração, uma menina e uma sala de aula, a jovem foi uma das selecionadas e disse que a pintura foi tirada “do fundo do coração”.
 
“Fiquei muito alegre, foi uma emoção em casa. Nem sabia que iria ganhar. Sinceramente, foi do fundo do meu coração. Pensei nisso na hora, porque a pomba representa paz e união, enquanto o coração representa o amor. Quis passar a sensação de paz, calma e de amor, acima de tudo”, relatou a adolescente.
 
O pai de Samara, o técnico em eletrônica Valter Lima Dourado Ribeiro, 38, se diz orgulhoso da filha. “É um desenho que representa algo a mais para as crianças, um incentivo para quando voltarem às aulas. Espero que ajude a apagar um pouco a imagem que ficou na escola”, disse.

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