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Cidades

Farmácias de Suzano registram menor procura pela Cloroquina após queda de casos da Covid

Medicamento foi utilizado para o combate à Covid-19 no início da pandemia

28 outubro 2020 - 15h18Por Matheus Cruz - de Suzano
Farmacêuticos e profissionais que trabalham nas farmácias de Suzano registraram queda na procura pela cloroquina. 
 
O medicamento foi utilizado para o combate à Covid-19 no início da pandemia, mas por não apresentar comprovação cientifica de sua eficácia, a procura sofreu queda significativa.
Na farmácia onde João Alfredo é gerente, a procura no pico da pandemia foi alta, mas agora não há registros. “Neste momento as pessoas não procuram mais o remédio, foram geradas muitas dúvidas acerca dele para o combate da Covid-19 e nenhuma comprovação cientifica, aos poucos a população foi percebendo e hoje a procura é igual a zero”, comenta o gerente.
Para os profissionais da área, o tratamento com o desespero e pânico dos que procuravam a medicação precisou ser cuidadoso. “Nossa intenção nunca foi vender mais, afinal é um medicamento que traz muitos efeitos colaterais. Houve a grande procura motivada por declarações do presidente, mas aqui nós orientamos que os efeitos colaterais eram muito grandes perto da possibilidade de benefício” ressaltou João.
 
Em março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução em que instruía as farmácias e drogarias a venderem o medicamento apenas sob prescrição médica, com receita especial de duas vias. A iniciativa ajudou no controle de entrada e saída do remédio, é o que conta a farmacêutica Aline de Freitas.
 
“Com a obrigatoriedade da receita logo no começo da pandemia, o controle conseguiu ser maior, então os clientes que procuravam o remédio não necessariamente conseguiam levar para casa”. Segundo a farmacêutica, a portaria 405 que determinou a obrigatoriedade de receitas foi muito importante para evitar ainda mais mortes. 
 
“Muitas pessoas acompanharam as falas do Presidente e queriam fazer uso da hidroxicloroquina mesmo sem precisarem. Houveram pessoas que morreram por problemas motivados pelo uso incorreto do remédio, e tiveram graves problemas renais”, complementou a farmacêutica. O aumento de interesse na hidroxicloroquina afetou também pessoas que já usavam a medicação para outros problemas de saúde. Farmácias de manipulação sofreram a redução da obra-prima para a fabricação do remédio e os valores subiram. Segundo o farmacêutico Rafael Libonati, antes da pandemia o valor de 30 comprimidos era em média R$50 ou R$60 reais, mas passou para R$130 reais. 
 
Na farmácia em que Rafael trabalha a procura pela cloroquina não foi tão alta. “No auge da pandemia, de 100% de atendimentos que fizemos, a procura pelo remédio não chegou a 10%. Aqui as pessoas buscavam pelo Tamiflu, que possui comprovação científica e eficácia para casos de H1N1, mas acabou sendo a alternativa para os casos de Covid-19. A busca foi muito alta, até que os médicos começaram a evitar passar essas medicações para os pacientes de Covid-19 e usaram outras alternativas”, relata.
 
O Tamiflu é um antiviral usado na prevenção e tratamento de gripe por Inflienzavirus A e Influenzavírus B. É indicado para pessoas com complicações nas 48 horas após os primeiros sintomas de infecção.

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