O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) está elaborando um parecer técnico sobre a obra da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para captação da água do Rio Guaió e lavá-la até a Estação de Tratamento de Água de Taiaçupeba. Mesmo com investimento de R$ 28,9 milhões, o rio está praticamente seco e a previsão inicial de captação de mil litros por segundo não está sendo feita. Dependendo do resultado final desta análise que está sendo realizada, o MP pode acionar à Justiça.
"Estamos produzindo um parecer técnico e após isso vamos ver quais medidas vamos tomar. Se percebemos que houve investimento em uma obra que não levaria a um atendimento ao público, que não traria resultado, nós vamos acionar à Justiça por conta do dano ao patrimônio público", afirmou o promotor Ricardo Manuel Castro, que atua no Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema) Cabeceiras.
Segundo o promotor, a análise está sendo feita por uma equipe técnica do Gaema e deve ser concluída nos próximos dias. Ele lembrou ainda que o mesmo procedimento foi adotado na obra de transposição de água da Represa Billings para o Sistema Produtor Alto Tietê (Spat). "Com base da investigação que fizemos sobre esta obra, uma ação foi ajuizada na Justiça".
RIO GUAIÓ
As obras do Rio Guaió foram realizadas como uma das etapas para conter a crise hídrica do Estado. Entregue há cerca de dois meses pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a captação está sendo bem menor do que a prevista inicialmente, já que a Sabesp afirmou que estão sendo captados somente 350 litros de água por segundo. O próprio governador admitiu que não há água para ser levada do Rio Guaió à Estação de Tratamento de Água (ETA) de Taiaçupeba por conta do período de seca.
No dia 29 de junho, quando acionou as bombas durante um evento para a imprensa, Alckmin disse que a obra iria "beneficiar mais de 300 mil moradores" da Grande São Paulo. Agora, o governador afirma que a transferência de água do Guaió para o Alto Tietê depende de vazão afluente do rio.