Ilhados. É praticamente dessa forma que moradores do bairro Estância Americana, no Distrito de Palmeiras, em Suzano, estão se sentindo quanto à situação da única via de acesso ao bairro. A Estrada dos Lagos, que dá acesso ao município e também a Ribeirão Pires, está intransitável: uma parte alagada e outra com muito entulho.
De acordo com técnica em enfermagem, Fernanda Dias de Souza, a condição da via impossibilita que, muitas vezes, os moradores possam receber serviços básicos, como transporte escolar, ambulâncias e viaturas policiais. Disse também que a população acaba tendo que andar pela linha férrea, próxima ao local, para poder levar os filhos à escola ou, até mesmo, ao trabalho. "O próprio trem para antes, porque sabe que passamos por ali. O risco, principalmente, é para crianças e idosos. Não há como sairmos do bairro sem que utilizemos a linha, e isso é um perigo imenso".
Já a dona de casa, Katia Aparecida Rodrigues, falou que outra situação complicada se refere às correspondências. Segundo ela, os moradores precisam se deslocar para outra região para recebê-las. "Quando compramos algum móvel, ou algo parecido, a gente precisa ir até à rodovia (Índio-Tibiriçá). Ou, também, pedimos a algum amigo. Carteiro, entregador, ambulância, nenhum desses entra no bairro devido à situação da estrada", lamentou ela.
Já a balconista, Tatiane Aparecida Lopes, lamentou que precise andar com os filhos por mais de 10 minutos para que possam ter acesso à educação. Para ela, se a estrada fosse, ao menos de cascalho, o ônibus escolar poderia ajudá-los. "Às vezes, as crianças correm o risco devido ao fato do trem passar. Outras porque saem às 18 horas, e ali está muito escuro".
Fora isso, a balconista disse que a estrada alagada e entulho traz, sobretudo, um problema maior: a proliferação de animais peçonhentos. "Tem cobra, rato, barata, escorpião. A gente já viu de tudo. Muitas vezes chega a até entrar nas nossas residências", frisou.
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura disse que deve enviar nesta sexta-feira (22) uma equipe para analisar a situação. E, assim, definir os trabalhos emergenciais. De acordo com o secretário de Manutenção e Serviços Urbanos, Ari Serafim Barbosa, após a checagem, as equipes começarão a realizar trabalhos de limpeza da área obstruída.
Além disso, quanto às questões de alagamento, Barbosa explicou que desde o ano passado está em tratativas com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e com o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) para que possam realizar uma ação conjunta para a limpeza do córrego e um estudo para manutenção permanente.