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Jornal Diário de Suzano - 23/04/2024
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Cidades

Movimento Negro de Suzano pede por mudança em abordagens

Outra sugestão é que os seguranças passem por treinamentos específicos para entender sobre questões raciais

23 novembro 2020 - 21h30Por Thiago Caetano - de Suzano
O Movimento Negro de Suzano pediu para que haja uma revisão nas abordagens dos seguranças dentro dos supermercados. Além disso, o movimento também sugere para que haja cursos para que seguranças e funcionários dos estabelecimentos entendam sobre as questões raciais. 
 
O objetivo é evitar casos semelhantes ao de João Alberto Silveira Freitas, homem negro, que foi espancado até a morte por seguranças de um supermercado da rede Carrefour, no Rio Grande do Sul. O episódio ocorreu na noite de quinta-feira, véspera do Dia da Consciência Negra.
 
Para Cosme Nascimento, presidente do movimento Negro Sim, o modo de abordagem precisa mudar. Ele cobra atitude das empresas e sugere que elas adotem ações, como aulas sobre questões raciais, para os funcionários. "Precisa mudar a maneira de abordar. Ter aulas sobre questões raciais. Abrir os olhos dos seguranças para a questão racial. É o mínimo. Só nota pedindo desculpa não adianta", contou Cosme. 
 
Cosme ainda criticou a postura do vice-presidente, General Mourão. Em entrevista coletiva, Mourão lamentou o ocorrido, mas afirmou que não existe racismo no Brasil. "Dizer isso é tapar o sol com a peneira. Só nós sabemos o que passamos e como isso dói", comentou. 
 
Para Inês da Silveira, do coletivo Anti-Racismo Milton Nascimento, a violência contra os negros acontece há muito tempo. "Há todo momento vemos jovens negros sendo parados. Mulheres sendo agredidas. Uma pessoa negra que pega um pacote de bolacha no mercado e começa a ser seguido". Inês também criticou a postura do Governo Federal no caso. Para ela, a postura contribui para que casos como esse volte a se repetir.
 
"Isso já ocorre há muito tempo. Mas com a chegada desse governo parece que ficou ainda mais escancarado. Mesmo que ele (João Alberto) tenha feito algo errado, não justifica. O segurança não deveria agir daquela maneira", disse Inês. 
 
A professora contou que já foi perseguida dentro de um estabelecimento. "Já entrei em uma loja e um homem começou a me seguir. Vi que era um segurança. E ele pensava que eu estava roubando", contou. Para ela, é necessário cortar o mal pela raiz e começar a ensinar as crianças desde cedo. Segundo Inês, o negro é sempre visto como um infrator. "Tem que ensinar as crianças sobre nossa história. Ela tem que crescer sem preconceito e ver que também somos humanos", finalizou.
 
Segundo coordenador da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro), Edson Pereira Reis, o Edinho, existe expectativa da realização de um ato na próxima sexta-feira. 

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