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Cidades

No lugar de câmeras, agricultores de Suzano optam por ‘cães bravos’

Especialista diz que câmeras são ineficientes em hortas. Com isso, produtores precisam proteger propriedades

26 janeiro 2020 - 08h30Por Daniel Marques - de Suzano
Um dos maiores problemas para quem trabalha com a produção rural é lidar com furtos às propriedades. As alternativas necessitam de investimento e, muitas vezes, são ineficientes. Alguns agricultores aproveitam o fluxo constante de produtores nas hortas, que "vigiam" os locais nos dias úteis. Aos finais de semana, tem quem contrate um segurança para cuidar do local e, em alguns casos, até a criação de "cães bravos" vira uma alternativa. Implantar câmeras de segurança em hortas, por exemplo, é uma escolha ineficiente. É o que diz o especialista em segurança pública e privada, Jorge Lordello. 
 
Ele conta que o investimento dos produtores é baixo se comparado com órgãos públicos e que não adianta gastar com câmeras "sem que haja monitoramento". "Nestes casos, o indivíduo entra e sai da propriedade normalmente. A câmera só serve para depois que ele vai embora".
 
A questão do investimento, segundo Lordello, é no tocante a aparelhos mais eficientes. As câmeras de produtores não alcançariam toda a propriedade rural, que é muito extensa. "Geralmente são mais baratas. Para ter um maior alcance, tem que investir mais. O produtor não investe muito", justifica.
 
Outro ponto que determina a falta de segurança em propriedades rurais diz respeito ao local onde as câmeras seriam instaladas. A recomendação de especialistas é que as pessoas coloquem os equipamentos para gravarem o entorno do local e, até mesmo, sistemas de alarme com sensores infravermelhos.
 
Para propriedades rurais, o grande problema está na exposição do aparelho. "As câmeras são subtraídas, sobretudo em locais isolados, sem movimentação de pessoas. Algumas ficam expostas, precisam de manutenção como qualquer outro aparelho eletrônico. Às vezes, ela não funciona. Está virada para o alto", exemplifica Lordello.
 
Alternativas
 
Praticamente todos os produtores consultados pelo DS entendem que investir em câmeras de segurança é inviável. Cecília Hamaguchi, 70, diz que não monitora a propriedade. No entanto, a proprietária da horta diz que está criando dois cães bravos para evitar roubos à residência, que fica do outro lado da rua. 
 
"Aqui em minha casa já entraram duas vezes e limparam tudo. Até pensei em colocar câmeras para as plantações, mas não tem jeito. Câmeras não avisam, mas se meus dois cachorros, sim. E, se eles pegarem, será para matar", avisa. 
"Quando tem gente trabalhando, ninguém entra. Às vezes até entram na horta e pegam um pé de alface ou couve. Se for só para comer, não tem problema", completa.
 
A produtora rural Cristiana Barbara Domingos, 39, diz que o dono da horta contratou um segurança para vigiar o local aos finais de semana. Quando ele não está, ela afirma que não há como controlar furtos. "É difícil ter (furto) aqui. Quando não tem ninguém vigiando, até entram, mas a gente nem percebe. Não tem o que fazer". "Segurança é Deus aqui. Tem cachorro, mas só late", brinca o produtor Geraldo Paulo Mariano, 52.