Os operários flagrados, na quinta-feira, em situação de trabalho escravo em uma obra do Minha Casa, Minha Vida serão ressarcidos pela empresa até o próximo dia 19. A decisão foi tomada ontem em reunião realizada entre o Ministério do Trabalho e Emprego e a construtora responsável. Os valores são referentes a 43 dias sem salário, incluindo os direitos da CLT, de 13º referente ao tempo trabalhado e férias. Além disso, a empresa custeará as passagens desses trabalhadores para voltarem as suas terras natais, em Alagoas e no Maranhão. O MTE estima que ao todo, a empresa deve desembolsar R$ 60 mil para quitar as dividas com os trabalhadores. Conforme divulgado ontem pelo DS, após a fiscalização do Sindicato dos Trabalhadores das indústrias da Construção e do Mobiliário de Mogi das Cruzes, Suzano e região, foi contatado que seis trabalhadores estavam em condições precárias em um alojamento de dois pequenos cômodos, sem camas e com falta de higiene, além de não estarem recebendo salários há quase dois meses. De acordo com o auditor-fiscal do MTE, José Luiz Lázaro, os trabalhadores foram levados para um hotel, em Suzano, onde devem ficar até receberem seus direitos. "O pessoal vem para São Paulo com a promessa de ganhar dinheiro e chegam aqui e encontram esta realidade. É importante tirarmos os trabalhadores destas condições. O jeito como estavam, dormindo no chão, sem dinheiro. Isso fere a dignidade humana", comentou. Os trabalhadores, que vieram no Maranhão e da Paraíba, receberão as passagens para voltar as suas casas e a empresa corre risco de ser multada. "Independente da quitação das dívidas com esses funcionários, essa construtora cometeu atos irregulares e receberão autuação administrativa", explicou Lázaro.
