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Prejuízos

Proprietários de chácaras amargam perdas de renda de aluguéis por causa de pandemia

Pandemia tem provocado mudança de data, cancelamento de eventos e prejuízo financeiro aos donos

30 maio 2020 - 23h00Por Daniel Marques - de Suzano
Impossibilitados de alugar chácaras durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os proprietários destes locais têm vivido dias difíceis, adiando e cancelando eventos para evitar que as pessoas se aglomerem nas festas.
A prática de alugar esses locais para um final de semana é comum em Suzano. As chácaras, geralmente isoladas, contam com dormitórios, piscinas, lagos, área para festas e muito verde. Elas são usadas para a celebração de aniversários e casamentos.
Porém, a situação atual é "desesperadora" para alguns proprietários, que usam o dinheiro dos aluguéis para pagar dívidas e funcionários, como caseiros que tomam conta do lugar.
Na chácara Recanto Verde, que fica na Fazenda Aya, região Sul da cidade, o proprietário Alessandro Leone diz que, até o mês de junho, 65 casamentos estavam agendados no local, e todos foram suspensos. Ele conta que outros 25 eventos que seriam realizados em julho, também terão que ser reagendados.
 
"Está muito difícil, porque paramos 100% das atividades. Tivemos que suspender tudo", conta.
Para tentar amenizar um pouco a situação, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego de Suzano informou, por meio de nota, que todas as chácaras registradas como pessoa jurídica como espaço de eventos no município já tiveram a taxa de licença e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) prorrogados até dezembro.
 
A diretoria de Turismo da pasta municipal também vem mantendo contato com os donos de chácaras, prestando assistência técnica e tirando dúvidas sobre a obtenção de linhas de crédito e a realização de cursos e palestras online, com até 2 ações semanais. 
 
Insistência
 
Além da necessidade de paralisar, os donos das chácaras têm que lidar com a resistência de muitos clientes, que mesmo sob quarentena, querem realizar os eventos nos locais.
 
"No início da quarentena, tivemos um casamento em que o casal não queria remarcar. Conseguimos convencê-los. Falamos que só faríamos o casamento se eles se responsabilizassem pelos danos civis e criminais", conta Leone.
"Ligavam pedindo para alugar, mas não podemos correr risco. Tem gente que não entende, ficam bravas. Falam que 'serão poucas pessoas na festa', que 'não vão fazer barulho', mas não pode", relata Ivanildes Neves, proprietária da chácara Recanto Feliz, que fica em Palmeiras.
 
O dinheiro dos aluguéis é a única renda de Neves. Ela lamenta a situação que está vivendo, diz que reformou a chácara e que agora não tem como pagar as dívidas e afirma que não pode demitir os funcionários. 
 
"Estamos com dívidas e desesperança, empurrando essa situação, mas não sei até quando vamos aguentar. Estamos mortos. Tínhamos umas 20 locações até dezembro, e quando íamos fechar, deu esse problema. Tivemos que pedir desculpas", lamenta.
 
Harley Rodrigues é administradora das chácaras Almeida, Montecatini e outras três - as duas primeiras ficam na região da Duchen - e ela diz que segue trabalhando com a divulgação dos locais, mas os agendamentos até o mês de agosto foram suspensos.
 
Uma das dificuldades do período é com relação ao remanejamento dos eventos. Harley prevê prejuízo, já que está perdendo as datas do verão, quando a chácara costuma receber mais festas.
 
"Eu tinha um casamento para o dia 23 de maio, e ela trocou para novembro. Para os meses quentes do fim de ano, quase não temos mais locação, porque o pessoal está jogando os de agora para o final", diz.
 
Carlos Alberto, proprietário Chácara da Flor, no Parque Cerejeiras, diz que antes mesmo da pandemia, já havia desistido de trabalhar alugando a chácara. "Hoje em dia, viver de locação de chácara é impossível. A procura é pequena. É um mercado difícil", conta.

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