O número de Boletins de Ocorrência (B.Os) registrados pela Delegacia Eletrônica da Polícia Civil aumentou em 50% após o início da pandemia do novo coronavírus. Além disso, o movimento nos plantões policiais caiu pela metade. As informações foram passadas pelo delegado seccional de Mogi das Cruzes e região, Jair Barbosa Ortiz.
O DS foi até a Delegacia Central de Suzano e conversou com alguns funcionários que confirmaram que o movimento reduziu bastante durante a quarentena. Inclusive um esquema com correntes e cadeiras foi montado dentro do plantão policial, a fim de impedir que as pessoas se aproximem do balcão, mantendo uma distância confortável entre funcionários e denunciantes.
A Polícia Civil ampliou o sistema de registro pela internet. Desde o último dia 25, casos como roubos ou furtos de cargas, a residências ou estabelecimentos comerciais; crimes contra o consumidor; ameaças e estelionatos podem ser registrados online.
"Hoje, é possível registrar os crimes em casa. Então se a pessoa for roubada, ela vai contar no B.O. e encaminhar para a central da Delegacia Eletrônica. A ocorrência será analisada e, se estiverem faltando detalhes, os técnicos da delegacia entram em contato com a vítima. Ela recebe uma cópia do documento e pode acompanhar o andamento das investigações", diz o delegado Ortiz.
Alguns casos como violência contra a mulher, homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte) e estupro não podem ser registrados pela internet, uma vez que exigem ação imediata da polícia, que precisa ir ao local do crime imediatamente para realizar a prisão em flagrante.
Outros pontos
A ampliação dos serviços tem ajudado a reduzir as filas nos plantões policiais. Isso não tira a importância do estado de quarentena na região, que tem feito com que as pessoas precisem fazer os registros sem sair de casa.
A ideia do delegado seccional é conversar com todas as prefeituras da região, para que todas as cidades tenham espaços abertos para registros de ocorrências. "Isso vai agilizar o atendimento nos próprios plantões policiais, que ficarão dedicados aos crimes mais graves", diz Ortiz.
Ele também citou a implantação de um formulário na Delegacia Eletrônica, que terá como objetivo ajudar a vítima a detalhar a ocorrência, tornando as investigações mais fáceis. O projeto está em fase experimental.
"Estive em contato com o técnico da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e falamos sobre um formulário que terá de ser preenchido, para que a pessoa consiga fechar a ocorrência. Por exemplo, em casos em que a pessoa é roubada e não coloca o valor ou os bens subtraídos, agora terá que fazer", conta o delegado.
"Registros pela internet são um caminho sem volta. São mais fáceis e a vítima não precisa ficar parada por horas nos plantões", completa.