A possibilidade da reorganização escolar nas unidades de ensino do Estado tem causado ampla preocupação entre pais, estudantes e órgãos ligados a categoria. Ontem, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realizou em Suzano alguns atos em protesto a iniciativa. Durante as mobilizações, a coordenadora da subsede e diretora estadual, Ana Lúcia Ferreira, falou sobre a possibilidade de 600 professores ficarem desempregados com a distribuição dos alunos por ciclo. Segundo ela, a medida não foi debatida com os pais e professores. Ela explica que a proposta do Estado culmina no fechamento de escolas e cursos noturnos, além da diminuição de salas de aula. "Além disso, a proposta provoca a evasão escolar, pois os pais e alunos perdem o direito de escolher a unidade onde deseja estudar". Com a reorganização, as escolas serão dividas em ciclos. O primeiro abrange os alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental; o segundo, os do 6º ao 9º ano do Fundamental, e o terceiro, o Ensino Médio. O tamanho das turmas também será limitado. No primeiro ciclo haverá apenas 30 alunos por sala; no segundo 35 e o Ensino Médio poderá atender no máximo 40 alunos por sala. Na prática, crianças e adolescentes não dividirão mais o mesmo espaço. Outra preocupação da coordenadora é a possibilidade da Escola Estadual Paulo Kobayashi, localizada no Parque Maria Helena, fechar. "O Estado tem interesse no prédio e alega que os estudantes desta unidade não residem no bairro. Pelo menos mil alunos e 100 professores serão prejudicados, caso a unidade seja fechada". Para unir esforços e debater a questão, a Apeoesp realizará audiências públicas com pais e estudantes, além de solicitar encontro com a dirigente regional de ensino. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a sociedade civil organizada e os amigos de bairro também serão procurados pelo órgão. A Câmara de Suzano já se posicionou favorável a causa dos professores.