Doses que sobram são utilizadas na “xepa da vacina” na região - (Foto: Regiane Bento/DS)Pelo menos quatro das dez cidades do Alto Tietê utilizam a “xepa da vacina” com objetivo de aproveitar as doses que sobram no final dos dias de vacinação contra a Covid-19. O procedimento é usado em diversas cidades do país. Nele, as doses que sobram e que não podem ser aproveitadas no dia seguinte por causa do prazo de validade, são aplicadas em pessoas que estão cadastradas e estejam próximas às unidades de saúde. As cidades são Mogi, Ferraz, Poá e Itaquá.
Entre as cidades que ainda não adotaram o processo, uma lista de encaixes foi criada para também aproveitar as doses que sobram. Neste caso, as listas são direcionadas para grupos específicos, como profissionais de saúde que por algum motivo ainda não conseguiram se vacinar, além de pessoas que já estão na faixa etária atendida no momento.
Mesmo com o cadastro para a lista de encaixes, as prefeituras ressaltam que o processo não é uma garantia de atendimento para a vacinação e também não anula a necessidade de o paciente realizar o agendamento quando abrirem vagas para o seu grupo de imunização.
Em Suzano, a Secretaria de Saúde informou que, até o momento, não dispõe de “xepa”. As eventuais doses que sobram durante as ações são destinadas à lista de encaixe, que atende os profissionais de saúde (com conselho de classe) que ainda não receberam a primeira dose. O município já ofertou a vacinação para esses profissionais e superou as metas esperadas. No entanto, aqueles profissionais que residem na cidade e que ainda não obtiveram as doses poderão se cadastrar em um formulário online.
Poá é uma das cidades que aderiram à "xepa da vacina". Até o momento, 274 pessoas já foram vacinadas nesta modalidade que atualmente contempla as lactantes com mais de 18 anos com bebês de até dois anos e motoristas de transporte escolar. Na cidade, a xepa é iniciada diariamente às 15 horas, no Reino da Garotada. Segundo o Executivo poaense, o processo tem funcionado muito bem.
Ferraz de Vasconcelos também aderiu à xepa. No fim do dia, a Secretaria Municipal de Saúde calcula quantas doses estão disponíveis e liga para as pessoas que se cadastraram, obedecendo uma ordem de cadastro. Toda a pessoa vacinada nesse modelo é inserida no sistema Vacivida, ou seja, contabilizada de modo geral. Desta forma, não é possível estimar quantas já foram vacinadas neste método.
Já em Mogi das Cruzes, a Prefeitura do município disponibiliza em seu site oficial um recurso que permite o cadastro para uma lista de encaixes. No procedimento, o mogiano precisa informar a unidade de saúde mais próxima de sua residência, já que, sendo acionado, ele terá uma média de 15 a 20 minutos para comparecer.
A cidade de Itaquaquecetuba também abriu uma xepa de imunização para a população de 49 anos. Entretanto, de acordo com o Executivo, como só é possível utilizar as sobras da AstraZeneca em até 48 horas, isso diminui a possibilidade de pessoa serem contempladas pela modalidade.
Em Guararema, as doses excedentes são usadas em pacientes do mesmo grupo prioritário atendido. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as doses enviadas nunca são suficientes para finalizar o mesmo. Por este motivo, uma xepa não seria viável. No local, toda a população precisa realizar um agendamento para ser imunizado.
O mesmo ocorre em Arujá. Na cidade, as doses excedentes são distribuídas para as listas de espera já existentes no município. Em Biritiba Mirim, o Executivo informou que “pela logística que estão adotando nos postos, não há sobra de vacina”, e por este motivo, não existe xepa.
Até o final desta reportagem, as prefeituras de Santa Isabel e Salesópolis não retornaram o contato feito pelo DS.
