No final do ano que passou tive o prazer de ler contos e crônicas escritas por jovens escritores que ainda frequentam os bancos escolares.
Quando lemos e passamos a julgar esses escritos só temos ciência da idade média daquelas crianças que colocaram no papel suas ideias, seus sonhos e libertaram sua imaginação dando asas aos pensamentos.
Percebemos que muitos trabalhos são bastante adultos, trazem temas atuais, expõem pontos de vista maduros e conscientes, até nos fazem pensar que talvez algum adulto participou de sua elaboração.
Falam de assuntos que estiveram ou estão ainda na mídia, seja a greve dos professores, seja a pobreza, seja a crise que parece não findar e a todos atinge, são jovens, mas estão conscientes de seu papel na sociedade.
Ao término da leitura de todos os trabalhos e até mesmo do julgamento, ficamos imaginando como será a criança que escreveu que pautou sua ideia... Será que foi escrito por uma menina ou por um menino? Será que é do tipo que participa das conversas dos adultos, que lê jornais e revistas, que busca se atualizar sempre, por todos os meios atuais de comunicação?
Assim ficamos com essa curiosidade em suspenso até a entrega dos prêmios, que neste ano teve o apoio da Lei Rouanet, que permitiu também ao Instituto Thadeu José de Moraes ampliar seus horizontes e sonhar mais alto, apoiar mais a educação de jovens que buscam um lugar ao sol...
Nos banners que se encontram já expostos observamos carinhas sorridentes e podemos ver quem são os autores, pelo menos nas fotografias, alguns ainda têm a fisionomia doce dos bebês, que demonstram a inocência que trazem em seu interior.
Os prêmios começam, a ser entregues e vamos identificando nos premiados aqueles rostinhos estampados nas fotos e então satisfazemos nossa curiosidade guardada desde a primeira leitura dos trabalhos, pena que ali só vamos encontrar os vencedores, aqueles que fizeram os melhores contos e crônicas, pois, a curiosidade somente seria totalmente satisfeita se pudéssemos conhecer todos os autores, afinal não é porque não venceram o concurso que os trabalhos não foram bem elaborados ou não expressaram boas ideias, alguns poucos se sobressaíram, só isso...
Ao lado dos premiados os professores orgulhosos e gratificados, pois, não tem prêmio melhor para um mestre do que ver o resultado positivo de seu labor na sala de aula, esse é o resultado que ele almeja alcançar, ver seus pupilos progredindo na seara dos seus ensinamentos... É ver frutificar a semente plantada com amor.
É gratificante também para nós que julgamos os trabalhos, ver aqueles rostinhos sorridentes e orgulhosos tirando fotos ao lado dos seus escritos que ali estão expostos, abraçados aos seus pais...
É muito bom saber que essas crianças em breve estarão mudando para melhor o rumo deste país que amamos e que o esforço dos professores e dos pais conscientes será recompensado...