Uma moça trabalhava em um brechó de um hospital, como voluntária. Certo dia adentrou na loja um senhor bastante obeso e de cara a moça pensou que não tinha nada na loja na numeração dele.
Se sentiu apreensiva e constrangida naquela situação, vendo o senhor percorrer as araras em busca de algo que a jovem sabia que ele não encontraria.
Ficou angustiada, porque não queria que o senhor se sentisse mal pelo tamanho das peças de roupas. Foi quando o esperado aconteceu.
O senhor se dirigiu à jovem atendente e disse tristinho: "Não tem nada grande, não é?" E a jovem, sem até aquele momento saber o que diria, simplesmente abriu os braços de uma ponta a outra e lhe respondeu: "Quem disse? Claro que tem! Olha só o tamanho desse abraço".
E o abraçou com muito carinho.
O senhor então se entregou àquele abraço acolhedor e deixou-se tomar pelas lágrimas exclamando: "Há quanto tempo que ninguém me dava um abraço".
E chorando, tal qual uma criança a procura de um colo, lhe disse: "Não encontrei o que vim buscar, mas encontrei muito mais do que procurava".
Amigo leitor, final de ano está chegando. Passamos por quase dois anos de pandemia. Não sabemos se teremos a tal quarta onda. Perdi este ano um de meus melhores amigos por causa dessa doença que nem gosto de falar o nome.
Não posso mais abraçar o colega Edson Gianuzzi, que tive o prazer de conhecer em 1989, quando cursava a Academia de Polícia Civil/SP. Viemos juntos para Suzano e aqui ficamos.
Por isso, este final de ano não terá o mesmo brilho para mim.
De resto fica a lição que devemos estar mais próximos das pessoas que amamos e ofertar sempre um forte abraço, daqueles bem demorados...