Na semana passada fui abordado por um menino bem vestido e asseado que aparentava 10 anos de idade. Segurava uma placa com alguns dizeres solicitando dinheiro ou comida. De imedianto, a triste cena me provocou um dilema: 1) Não vou dar dinheiro. Se der estarei colaborando para manter esse garoto nas ruas esmolando. 2) Vou dar dinheiro pois ele pode estar mesmo com fome. Na verdade, todo brasileiro, quase que diariamente, passa pela mesma situação. Conheço algumas pessoas que ao verem crianças esmolando nas ruas ficam mal frente a tanta injustiça social, sem contar aquelas que liberam algumas lágrimas e até chegam a chorar. Voltando à situação que vivenciei, parei por alguns minutos para conversar com o garoto que segurava a placa de papelão. Perguntei onde morava e qual o motivo que o levou a pedir esmola. A resposta foi dada sem pestanejar: "Eu moro num bairro depois de Pirituba/SP e há 6 meses peço dinheiro nas ruas para ajudar minha família". Em seguida, me confidenciou que parou de estudar pois não tinha nenhum estímulo para ir ao colégio. Qual será o futuro desse menino e de milhões de outros como ele? Confesso que esse pensamento não me abandonava. Não existe futuro para crianças que param de estudar e passam a maior parte do tempo largadas nas ruas. Por último, indaguei se estava com fome e ele disse que sim. Pedi que esperasse um pouco que eu iria providenciar um marmitex no restaurante onde estava indo almoçar. Após 15 minutos retornei com um bom prato de comida quentinha. Para minha surpresa, ele já havia ido embora, mas multidões de brasileirinhos miseráveis estão vagando por nossas ruas, enfrentando violência, fome e o pior, nenhuma perspectiva de melhora. Acho que nem sonham com uma vida melhor, só sofrem!!!