Era uma vez um Rei muito vaidoso que esquecia seus súditos e gastava fortunas para satisfazer caprichos pessoais.
Um dia anunciou que doaria generoso prêmio a quem trouxesse, na palma da mão, alguma coisa que representasse o seu poder.
No tempo marcado, apareceram os candidatos.
O primeiro colocou-se diante do Rei, abriu a mão e nela estava bela miniatura de uma coroa de ouro, toda cravejada de pedras preciosas.
O Rei deu um sorriso.
Outro, tomando-lhe a vez, espalmou na mão um trono esculpido em delicado marfim e terminado em artísticos entalhes.
O Rei ficou lisonjeado.
Seguiram-se outros candidatos, até que o último, um humilde jovem, adiantou-se calmamente e abriu diante do Rei a sua palma.
Estava limpa e vazia! "Como?" esbravejou o Monarca, que disse: "O que significa isso, afinal?" O jovem sorriu e explicou:
"Majestade, toda a autoridade na Terra é uma delegação do Pai celestial e todo poder será sempre retornado a ele um dia.
Que poderia melhor representá-lo, perante Deus, que é o seu doador?
Nada melhor do que a palma da mão imaculada como o era no dia do nascimento".
Ao ouvir aquelas sábias palavras, o Rei ficou envergonhado e baixou a cabeça. Conta-se que, a partir daquela data, o Rei mudou seus valores e passou a ser menos generoso consigo próprio e mais devotado ao povo que lhe fora confiado.
Amigo leitor, pessoas que estão no poder deveriam ser "servidoras" do público e não buscar receber "vantagens" do cargo que ocupam temporariamente.
O verbo "servir" é trabalhar em favor de alguém e não de si próprio.