A pandemia nos fez mais observadores, talvez porque ficamos longo tempo apreciando um horizonte mais próximo, onde o olhar se perdia a poucos metros e se mantinha com poucas mudanças no nosso cotidiano.
Agora mais tranquilos por conta da vacina que já está atingindo quase todas as idades, sem deixar de tomar todos os cuidados que continuam valendo ara preservar nossas vidas, já podemos sair e fazer alguns passeios olhando com apreço o mundo que nos cerca e que muitas vezes não demos o devido valor, graças à pressa, aos compromissos agendados, aos inúmeros problemas que buscávamos solucionar enquanto nos dirigíamos de lá para cá atarefados e tensos...
Ao sairmos nos deparamos com grafites caprichados nos muros da linha férrea que nos fazem pensar, pois, expõe ideias de seus criadores por meio de desenhos que nos parecem enigmáticos.
Árvores plantadas nos canteiros centrais e nas calçadas tiveram tempo e paz para crescer e se desenvolver e agora se mostram floridas e suas cores alegram nosso caminhar, por certo quem as plantou há bastante tempo imaginou como ficaria, um artista que tem que usar a visão de futuro, pois, plantas demoram crescer e florescer.
Algumas esculturas foram espalhadas pelas cidades de nossa região, homenageiam pessoas, ilustres ou não e enfeitam nosso caminho como gigantes de aço e de outros materiais que nos fazem curiosos e nos entretém enquanto ali passamos.
As casas e os prédios com espaço frontal ganharam jardins com belos arranjos de plantas, sejam de folhagens ou daquelas que se enchem de flores na primavera e que agora estão carregadas de botões multicoloridos.
Alguns possuem espaço para árvores e nelas colocaram mudas de orquídeas que se preparam para abrir suas flores maravilhosas que certamente alegrarão nossa visão, enchendo de esperança o nosso coração e a nossa vida.
Nas poucas livrarias que restaram nesses novos tempos, nos deparamos com edições recém-lançadas, o livro de papel com todo aquele encanto peculiar que se inicia no planejamento da capa que deve ser instigante até o seu interior que nos levará para viagens incríveis absorvendo o cheiro especial do papel que nos inebria, hoje tão pouco em uso, graças às tecnologias contidas em nossos pequenos smarthphones.
Envolver-se numa leitura é decifrar e acompanhar os pensamentos do autor, afinal escrever é a arte de trabalhar com as letras, seja num romance, num poema, numa poesia, num haicai, numa crônica diária ou semanal, o artista precisou entregar sua mente a imaginação e deixa-la livre para discorrer sobre o que via ou sentia. Não podemos esquecer os professores que são artistas nos ensinamentos nada fáceis, afinal ensinam as primeiras palavras escritas às crianças que com elas irão aprender a se manifestar em toda sua vida, terão que ensinar a arte de assimilar o som e descreve-los em letras manuscritas, desenvolvendo assim também a arte da caligrafia, hoje um pouco em desuso, infelizmente...
Na praça as barracas se enfeitam com peças de crochê multicoloridas, são toalhas de mesa de todos os tamanhos, jogos de banheiro, de cozinha de quarto com desenhos montados com uso de agulha, linha e a imaginação de sua criadora que de ponto em ponto transfere o que vê em sua mente para a junção das linhas que usa, quiçá imaginando como ficará na casa de quem adquirir.
A arte está mesmo em toda parte...