No próximo dia 3 este nosso amigo informativo completa sessenta anos, numa trajetória de notícias da sua cidade natal e das cidades de nossa região.
No começo tímido e hoje enfrentando a batalha diariamente, vem colocando todos nós seus leitores atualizados sobre o que importa e o que acontece e, atualizando seus meios de se comunicar seja pelo método tradicional com aquele cheiro gostoso de tinta do jornal impresso ou em consonância com os tempos modernos no portal eletrônico.
Conheci o Diário, quando ainda Comarca de Suzano, estabelecida num galpão na travessa Mirambava, onde o senhor Tadeu de um ponto excelente de observação podia acompanhar o trabalho do pessoal no interior do prédio e o movimento, mesmo que pequeno ainda na rua, cumprimentando polidamente os conhecidos e os passantes.
No interior do prédio em constante burburinho os jovens davam aos poucos formas aos artigos que estavam na sua frente datilografados, passando letra a letra pela tipografia, onde se podia admirar a técnica do seu operador que agilmente compunha as palavras montando em uma base o artigo que estava à sua frente ou utilizando a linotipo que era como uma imensa máquina de datilografia onde as letras eram produzidas na hora com o fundição de tipo, que tinham uma matriz de metal, que após usadas voltavam para ser reutilizadas...
Os irmãos Moraes ali trabalhavam cada um exercendo uma função e assim iam montando o jornal que seria lido com avidez pelas pessoas no final de semana, em preto e branco traziam notícias, informações oficiais dos órgãos públicos, página social, receitas, um pouco de tudo em suas poucas páginas impressas com cuidado, num trabalho que exigia atenção.
Vinha de Mogi das Cruzes onde morava e me juntava aos irmãos Moraes, trazendo com minha mãe os artigos que iriam compor outro jornal da região, mas que também era ali impresso, afinal nem todos conseguiam adquirir essas máquinas importadas e caras, mesmo usadas.
Os artigos prontos para impressão tinham que antes passar pela revisão, afinal a composição dos tipos podia ter falhado e uma ou mais letras podiam estar faltando e assim a leitura seria truncada, então os olhos sagazes do revisor entravam em ação e já pediam sua correção, antes de passar para a impressão final.
O trabalho se finalizava com o encaixe das páginas e a montagem final do jornal para entrega nas bancas ou aos jornaleiros que os entregariam nas casas dos assinantes...
A Comarca acompanhou o progresso, passou a ser diária, ainda em preto e branco, mudou o nome para Diário de Suzano, fazendo jus a sua atual periodicidade e foi se transformando, até chegar ao colorido de suas páginas que encanta os leitores até hoje.
Venho acompanhando sua evolução com muito orgulho, afinal vi seu início quando ele ainda era uma criança em idade pré-escolar, quando eu adolescente me encantava com sua montagem com a participação e empenho dos irmãos Moraes sob a supervisão e tutela de seu fundador Thadeu José de Moraes, que acompanhava o passo a passo de todo o trabalho com atenção... Com seu aspecto calmo e tranquilo, tinha a energia necessária para conduzir todos àqueles jovens e sem usar de aspereza ao falar corrigia a todos sem exceção, sem ofender, sua liderança e energia eram o sustentáculo desse jornal que cresceu, virou adulto e agora já é um idoso respeitado e querido por todos aqueles que querem se manter informados...
Parabéns Diário de Suzano pelos 60 anos!