Em meio dessa pandemia, onde muitas mulheres se desdobram na função de esposa, mãe, filha e ainda se veem com horários restritos pois, trabalham em home office, vamos comemorar a data internacional de comemoração do seu dia.
Falamos sobre emancipação, sobre igualdade de salários em cargos iguais, de respeito à maneira como nos vestimos, nos comportamos, pois, ainda somos julgadas pela aparência.
As próprias mulheres nos cobram cuidados físicos, com cabelo, pele, beleza, quando muitas não tem sequer condições ou tempo para dedicar a si mesma...
Essa comemoração resulta de um dia triste, onde várias mulheres morreram devido a um incêndio e, que atualmente queremos dar um ar alegre, mais festivo, onde as que se sobressaem em suas atividades são homenageadas, as profissionais recebem flores e elogios e aquelas que são somente donas de casa e, que na visão de muitos não merecem nenhuma homenagem, são esquecidas, muitas vezes não recebem nem mesmo carinho e atenção de sua família, afinal para muitos ela faz tarefas corriqueiras, desmerecendo os cuidados que essas mulheres dedicam à sua família em tempo integral, não sendo remuneradas e muitas vezes recebendo algum dinheiro para que adquira roupas ou coisas para si própria e que ainda faz render para comprar lembranças para os filhos e marido e mesmo assim ainda é cobrada do quanto gastou e se teve troco...
Na atual conjuntura temos percebido um desrespeito muito grande com a vida de mulheres que não tem direito de mudar de opinião, de tocar sua vida sozinha ou com outro companheiro, o ciúme, a sensação de posse de alguns homens que não aceitam essas decisões tão normais e seguem uma formula injusta e cruel... "Se não ficar comigo, não ficará com mais ninguém" e assim de maneira sempre violenta tira a vida, aquela mesma que eles acreditam que lhes pertencem por direito, da pessoa que disseram amar e respeitar.
Muitas por temor sofrem humilhações dentro de seus lares, o lugar que cuidam e zelam com carinho, muitas vezes na frente dos filhos que não sabem como defende-las, são xingadas, desrespeitadas e até mesmo agredidas, sem reclamar, em silêncio, sem contar nem mesmo para seus familiares mais próximos, com medo do companheiro agredi-los também.
Ainda não conseguimos, apesar das lutas e de algum avanço, a igualdade sonhada, que não é poder beber ou fumar em público, mas a igualdade no trabalho com salário justo, no acesso à cargos de chefia, pois, é tão capaz quanto qualquer homem e no que tange ao respeito a sua vida, sua segurança como pessoa...
Essa evolução ainda não chegou, pois, mulheres estudadas, esclarecidas e bem situadas financeiramente e profissionalmente se apaixonam e, que buscam um companheiro, afinal o amor faz parte da vida e é aí que muitas perdem sua autonomia, buscando sua felicidade encontram o medo, o desamor, a infelicidade e muitas vezes encontram a morte violenta, como temos visto nos noticiários com frequência, independente da idade, da formação, da beleza...
Ainda temos um longo caminho a percorrer para alcançar a tão sonhada igualdade, que possamos galgar essa evolução em breve e então possamos comemorar com alegria essa data especial...