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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

Filhos sem paternidade

29 março 2022 - 05h00

Encerrando o mês de março que é normalmente dedicado as atividades femininas, pois, engloba o dia das mulheres, nos deparamos com uma reportagem neste jornal onde se verifica que sete mil e oitocentas pessoas não possuem o nome do pai em seus registros de nascimento.
Por vezes parece difícil entender essa situação, afinal não existe nascimento sem a participação de um homem e de uma mulher.
Entretanto, após o namoro, os encontros felizes, quando a mulher noticia o fato de estar grávida alguns homens desaparecem, imaginamos que a responsabilidade pela paternidade que se iniciou é pesada demais, sobrecarrega de maneira insustentável a mente desses homens que terminam o relacionamento, por mais amoroso e feliz que tenha sido.
Existem certamente aqueles relacionamentos esporádicos que por falta de zelo e responsabilidade de ambas as partes também resultam em gravidez, normalmente indesejadas, mas que somente uma das partes arcará com a responsabilidade, por mais tensa e pesada que ela possa ser.
Normalmente a família inicialmente se revolta, mas com o passar do tempo às vezes se une e participa dessa espera, enquanto muitas vezes essas mulheres buscam a ajuda da justiça para que o namorado, o companheiro ou aquele rapaz com quem se relacionou venha partilhar esse momento que transformará a vida deles e as dificuldades advindas dessa mudança.
O que ocorre infelizmente é o "desaparecimento" desse homem que era figura fácil em todos os lugares, que podia ser encontrado a qualquer momento do dia ou da noite, como um passe de mágica ele some, os amigos desconhecem seu paradeiro em seu endereço ele "não tem aparecido" segundo os familiares e assim a mulher passa os nove meses sem o apoio necessário, sem a ajuda material e principalmente afetiva de que tanto carece nesse período em que mudanças ocorrem em seu corpo, em sua maneira de pensar e de agir.
A maternidade quase sempre transforma a mulher, os hormônios explodem durante a gestação e ela se vê vinculada aquele ser que nem conhece, que nem imagina como será u o seu sexo, entretanto, ama infinitamente e já é capaz de dar sua vida por ele. O coração magoado com o abandono não impede que esse amor se expanda e que acaricie sua barriga ciente do tesouro que ali carrega mesmo ciente de que ao nascer essa criança só poderá contar com a mãe e muitas vezes com seus parcos recursos e a ajuda nem sempre frequente da família.
O homem, talvez por não saber e não entender o que significa gerar uma vida, que não participando da evolução desse ser desde a sua concepção, não sentindo os movimentos de seus pés e mãos em crescimento, dos seus batimentos cardíacos que se alteram quando percebem que são acariciados mesmo nesse invólucro carnal materno, não conseguem sentir amor e a necessidade de estar presente na vida desse bebê que em breve estará se expondo para a vida e para as suas vicissitudes.
Então para eles é fácil se evadir, se negar a assumir a sua responsabilidade não reconhecendo essa criança, que passará a contar somente com o nome da mãe em seu registro de nascimento e, que mesmo sendo incessantemente procurado se nega a reconhecer essa filiação e por vezes, quando obrigado pela justiça o faz, isso não significará que será verdadeiramente um pai...
Só o tempo para mostrar o quanto erram esses homens irresponsáveis, que certamente nunca serão completamente felizes em sua existência...