Feminicídio...Um crime que não discrimina a cor, raça, religião, profissão da vítima...
Por quê é tão difícil aceitar o fim de um relacionamento?
Por quê as mulheres são vistas como propriedades num relacionamento? Perdem sua individualidade, passam a fazer parte do patrimônio do companheiro, mesmo que seja ela que sustenta a família com seu emprego, com seu trabalho.
Este ano por conta da pandemia e do trabalho no lar, a convivência ficou muito mais próxima, as discussões e desentendimentos também cresceram, afinal o estresse foi imenso, o Corona Vírus cercando por todos os lados, os cuidados redobrados para se manter saudável e se manter em casa cercado de todos os familiares e problemas pertinentes acabaram com a paciência de muitos.
E por incrível que pareça, nas famílias de renda mais baixa as denúncias de maus tratos e agressões foram mais comuns, essas mulheres aprenderam a buscar o abrigo da Lei para sua proteção.
Elas apesar do medo, do temor de serem perseguidas, buscam auxílio nas delegacias femininas, buscam amparo na Lei Maria da Penha, tratam de manter seus algozes longe de seus lares, para se sentirem mais seguras, o que nem sempre as livra do perigo que esses companheiros significam. Nas classes média e alta, a vergonha de se expor e demonstrar que apesar de cultas, inteligentes, estudadas e mais afortunadas financeiramente acabam não escolhendo companheiros merecedores de suas companhias, são determinantes para essas mulheres ocultarem seus sofrimentos, não buscarem auxílio, não delatarem esses companheiros violentos, que as maltratam e humilham na frente de familiares e dos filhos.
Infelizmente essa é a triste realidade de milhares de mulheres em nosso país.
Essa violência tão comum, não é só aquela que maltrata fisicamente, com agressões, ela também existe no maltrato psicológico, na submissão financeira, nas discussões disfarçadas em público, muitas vezes também acompanhadas de beliscões, apertos doloridos nos braços, tudo devidamente disfarçado por sorrisos malignos, na certeza de que não serão delatados.
Manchas roxas ainda são escondidas sob maquiagem pesada ou sob alguma desculpa esfarrapada.
Infelizmente, quando muitas dessas mulheres decidem colocar um ponto final nessa situação que as oprime, tornam-se vítimas de perseguições e ameaças nas redes de comunicação pessoal, nos telefonemas e até pessoalmente quando dos encontros necessários para que os companheiros visitem os filhos. Este ano foi terrível para muitas mulheres vítimas dessa violência cada dia mais conhecida de todas, que ceifam suas vidas de maneira cruel, quase sempre na presença dos filhos e dos familiares.
Em nosso país de Norte a Sul, sem distinguir Estados mais prósperos a violência contra as mulheres se faz visível quase que diariamente nas páginas dos jornais escritos e televisivos, onde homens com e sem diploma, estudados ou ignorantes matam as companheiras com as desculpas mais esfarrapadas ou suas ex-companheiras porque simplesmente não aceitam o final do relacionamento, não conseguem entender que acabou, que o amor que existia terminou, que não suportou tanta mágoa, violência e dor.
Usam todo tipo de arma, até as próprias mãos, em ações bem planejadas, sem dar nenhuma condição de defesa para suas vítimas, que morrem quando buscam uma vida mais digna...