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Jornal Diário de Suzano - 18/04/2024
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Coluna

Meus brinquedos

08 dezembro 2020 - 05h00
Quando crianças carregamos de um lado para outro nossa caixa de brinquedos, ali tem tudo que se possa imaginar, bonecas panelinhas, panos coloridos e até umas bugigangas que nossas mães já acreditavam que estavam no lixo, mas para nossa imaginação são de grande valia.
Durante muito tempo nessa caixa encontramos tudo que queremos para nossa diversão, nossa distração e conseguimos nos entreter por longos períodos com tudo que ali se encontrava.
Conforme o tempo passa o seu conteúdo pode ir se alterando ou ser acrescentado de outras coisinhas que vão fazendo parte de nossa vida.
Chega um tempo que a caixa passará a ficar esquecida num canto do quarto, parecendo que ocupa um espaço inútil, que por vezes deitamos um olhar saudoso, mas não temos coragem de nos desfazer, talvez por acreditar que de repente podemos fazer uso de tudo aquilo e voltarmos à tranquilidade que tínhamos quando crianças...
Em algumas casas, mães ordeiras, ao perceberem a caixa ali abandonada, se dá ao trabalho de limpar tudo, organizar e a guarda nalgum canto da casa onde não atrapalhará, mas que um dia, se quisermos poderemos pegar de volta.
A vida é um crescer constante e, aos poucos vamos deixando de ser crianças, criando novos interesses, novas amizades, novas brincadeiras e caixas imaginárias são criadas e nelas vamos guardando nossos novos brinquedos e interesses.
Alguns amigos passam a fazer parte de nossas brincadeiras e, um deles começa a ocupar um espaço maior em nossa vida, fazendo com que a caixa imaginária e seu conteúdo seja dividido e partilhado com alegria e prazer.
Planejamos uma nova e interessante brincadeira muito mais séria e, assim juntamos nossos sonhos e transformamos nossas vidas, unindo nossas caixas e seus diversos conteúdos num só ambiente a que todos damos o nome de lar.
Agora crescidos, não precisamos usar a imaginação para as brincadeiras, elas vão se apresentando em forma de responsabilidades, nosso trabalho, nossas obrigações sociais, nossas tarefas do lar, tudo isso de início prazeroso e compartilhado.
Por vezes nos lembramos saudosos de nossa caixa de brinquedos, que quando nos cansávamos, bastava colocar tudo de volta em seu interior e guardar, mudando nosso rumo e nossa atenção.
Entretanto, agora não temos como descartar nossa nova caixa de brinquedos, ela é partilhada com alguém que sonha conosco, que nos estende a mão e espera que continuemos nessa brincadeira mais séria que é a vida e assim prosseguimos e, vamos aumentando o conteúdo da nossa caixa, hoje chamada de casa e nela inserimos novas vidas, que se tornarão importantes e significativas, serão a nossa motivação para darmos continuidade a brincadeira séria que agora vivenciamos, que ocupam espaço imenso em nossa mente, em nossas vidas.
Sim, a vida é um crescer constante e não precisamos leva-la com severidade, podemos ser leves, mas saudáveis, tendo a seriedade necessária para dar cabo de nossos compromissos, responsabilidade suficiente para criar nossos filhos, que como nós terá uma caixa guardada num canto da casa, cheia de brinquedos, alguns completamente diferente daqueles que usávamos em nosso tempo de criança, outros que poderemos compartilhar com eles as brincadeiras, podendo assim voltar a sonhar e permitir que a felicidade se faça presente em nossa existência.