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Jornal Diário de Suzano - 24/04/2024
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Coluna

Mistérios do ser humano

25 janeiro 2022 - 05h00

O comportamento humano é carregado de mistério.
A felicidade parece ser encontrada somente na bebida, nos palavrões e num tipo de vida bastante alheio a realidade.
Qualquer desagrado já é motivo para se iniciar uma discussão irrelevante e desnecessária, tornando a convivência e a companhia desagradável.
Colocamos expectativas demais em tudo que fazemos e ficamos ansiosos pelos resultados, acreditando que eles devem ser imediatos e sempre satisfatórios.
Qualquer coisa que saia do nosso controle ou que não nos traga resultado positivo rápido já é suficiente para transformarmos um pequeno problema em um cavalo de batalha, achando que nossa vida não é boa, que não conseguimos conquistar nossos objetivos, que tudo falha quando deveria ser o nosso momento, que as pessoas não colaboram e não nos entendem. Tudo tem que acontecer no nosso momento e como almejamos, caso contrário nos tornamos infelizes e queixosos.
É certo também que convivemos com pessoas felizes e bem sucedidas, que levam a vida com a leveza necessária e tudo com elas caminha de maneira mais fácil e tranquila e, por não esperarem demais das outras, suas expectativas não se frustram.
Isso também faz mal à outras pessoas, que as invejam e não entendem porque com elas não sucede o mesmo...
Parece uma imensa perda de tempo tentar explicar, mostrar que a vida deve ser vivida com um certo frescor, que não adianta colocar nas páginas sociais que somos fortes, decididos, felizes e realizados, se a realidade não condiz com esses dizeres, pois, interiormente não lutamos para ser assim...
Infelizmente pessoas assim tornam a vida da família e dos que as querem bem bastante difícil, pois, esperam chegar épocas de comemorações diversas para se fazerem lembradas de uma maneira perversa, acabando com a alegria das reuniões de família e de amigos, tornando as festividades um momento de reflexão e do insuportável sentimento de culpa que impingem de maneira dolorida aos mais próximos, que se sentem frustrados por perceberem que tudo que fizeram não foi entendido...
Descrevo tudo isso para tentar entender como uma pessoa jovem, saudável, bonita, consegue buscar dar fim à sua vida acreditando que assim solucionará todos os seus problemas, sem na realidade enfrenta-los e pelo menos encará-los como tropeços que podem e devem ser superados. Como a maioria daqueles que atentam contra a própria vida, muitas vezes dão um alerta e por vezes esses sinais são captados por amigos ou familiares que acabam chegando em tempo de os salvar, conseguindo chamar socorro médico em tempo. Mas, o transtorno já está iniciado, esse ser titubeante perante a vida passa os últimos dias do ano numa UTI em recuperação do mal que causou espontaneamente a sua saúde e a família e os amigos angustiados na expectativa de sua melhora e da incerteza de que não cometerá novamente esse atentado à própria vida.
Tenho certeza de que a vida não é feita só de momentos felizes e de realização, todos temos dificuldades, mas não podemos imaginar que dando cabo dela resolveremos os problemas.
A fé certamente nos capacita para enfrentar as dificuldades e facilita para que enxerguemos saídas para tudo que é possível e alternativas para o que parece insolúvel.