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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

Nossa realidade para 2020

30 dezembro 2019 - 23h59
O ano está acabando e levando projetos não concluídos, sonhos não realizados, reclamações e dificuldades, mas no seu total não foi nem melhor nem pior que outros anos que já vivemos.
Acredito que somente em nossa infância nos satisfazíamos com tudo que recebíamos até mesmo as broncas de nossos pais, as corrigendas mais severas acabavam passando despercebidas, porque entendíamos que era a maneira que tinham de nos corrigir pelas falhas que cometíamos... Crianças são terríveis e devem ser ensinadas se quisermos ter adultos melhores no futuro...
O importante é que a cada dia amanhecíamos felizes e dispostos usando cada minuto que nos era concedido alegres inventando novas brincadeiras e artes para nos distrair, mesmo que às vezes levássemos nossos pais ao extremo... Nada tínhamos para reclamar! 
Com o passar dos anos fomos crescendo e amadurecendo e aprendendo a reclamar... Reclamar de bobagens que não conseguíamos superar, incluindo aí nossa insatisfação (culpa nossa mesmo) por aquilo que não conseguimos conquistar, pela atenção que não fizemos por merecer, pelo amor que perdemos por não saber retribuir.
O tempo que foi passando nos tornou mais egoísta e passamos a entender que tudo que nos rodeia deve ser para o nosso bem, para a nossa satisfação... Perdemos a inocência das crianças e acreditamos que tínhamos o direito de ter o melhor da vida, esquecendo que somos responsáveis por tudo que nos cerca na vida familiar, com os amigos, com o trabalho, com nossos sonhos... Assim as reclamações passaram a fazer parte de nosso cotidiano.
Sim! Enfrentamos problemas a que não demos causa, mas vivemos em sociedade e sofremos as consequências das atitudes coletivas, seja no voto, na temperatura, na qualidade de vida que nos cerca, na falta de segurança, até nas guerras...
Crescemos e fomos perdendo a fé que nos faz melhores, o respeito que nos foi ensinado, fomos entendendo que sempre temos razão e não mais ouvimos a outra opinião, para não dar oportunidade de nos melhorarmos, não abrir o nosso coração e a nossa mente, acreditando que só nós somos perfeitos e insuperáveis.
A vida que era quase perfeita na infância, mesmo que as dificuldades fossem grandes, foi se tornando muitas vezes insuportável para alguns, mas lá na infância ouvíamos uns aos outros, trocávamos ideias e aceitávamos sugestões, as brincadeiras satisfaziam a todos, havia amizade e compartilhamento...
Agora adultos poucos agradecem as realizações conquistadas, reclamamos do governo (esquecendo que não fomos votar, anulamos nosso voto e quem administra tem o consenso da maioria que foi às urnas), reclamamos de tudo e de todos, acreditando que isto ou aquilo podia ser melhor, sem nada fazer para que essa melhoria aconteça. Reclamamos do nosso trabalho, sem lembrar que muitos não conseguem vagas e estão desempregados, reclamamos da vida, quando temos mesa com alimentos, cama para o descanso e família para partilhar conosco, enquanto muitos nada têm para comer e para repousar o corpo somente o duro cimentado das calçadas, vivem abandonados pelas famílias e ao desabrigo no frio e no calor.
Então vamos permitir que o novo ano traga como sempre novas perspectivas e vamos nos abrir para recebê-las com atenção, para que todos tenhamos o melhor da vida como sonhamos e desejamos...