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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

O retorno

06 julho 2020 - 23h59
Tem pequenas coisas em épocas tempos recentes não valorizávamos, pois, eram corriqueiras...
Tivemos que mudar nosso ritmo de vida, a maneira de conviver com a família e com os amigos, aprendemos a observar pequenos detalhes.
Percebemos como é gostoso dar e receber um abraço, daqueles que nos sentimos aconchegados.
Passamos a dar valor àquelas reuniões que podiam acontecer frequentemente, em qualquer dia e horário, podia ser num almoço, num churrasco em nossa casa ou num encontro feliz. Encontros onde trocávamos ideias e por vezes fazíamos confidências e nos conhecíamos mais profundamente. Neles muita coisa boa podia acontecer afinal uma simples amizade podia se aprofundar naquelas conversas, que iam ficando mais intimas e dando lugar a um sentimento diferente que certamente levaria os amigos a mudar o rumo de suas vidas, muitas vezes os levando até o altar.
Agora trabalhando de nossas casas, muitas vezes sorvendo uma xícara de café quentinho, feito com carinho, ficamos felizes em poder usufruir mais tempo com a família, conversar quando o ritmo do trabalho diminui ter a tranquilidade de tomar um banho calmamente, sem ter que se preocupar com o trânsito, com o barulho das buzinas e das motocicletas nos assustando e nos trazendo de volta de nossas divagações.
Colocar uma música gostosa para acompanhar nosso trabalho, algumas vezes interrompido por conta da chegada do nosso cão que pede um carinho, um pouco de atenção ou do pedido de um palpite sobre o cardápio do dia.
Algumas famílias, com filhos em idade escolar a rotina se altera também por conta dos estudos agora acompanhados pelos pais, que buscam ajudar, sem interferir no aprendizado.
Esse tempo que nos trouxe para o interior de nossos lares melhorou a nossa qualidade de vida, a poluição diminuiu, as praias estão mais limpas e suas águas mais claras e cheias de animais que agora se aproximam da orla sem medo de serem caçados. Fizeram também reviver sentimentos que estavam meio esquecidos por conta de nossa correria diária.
Mas, lá no fundo sentimos falta daquela rotina de pressa e de agitação, carregada de estresse que parecia manter nossa dinâmica diária. Sentimos falta até da cobrança comum no trabalho, por conta de horário ou da produção, do olhar esquivo do colega, que naquele momento parece fugir de nossa companhia e que nos faz ocupar por alguns segundos a imaginação com o que motivou essa atitude e buscar em nossa memória alguma possível falha que possamos ter cometido, mas, logo já direcionamos nossa mente para outro assunto mais relevante...
Lá no fundo sentimos falta das reuniões com amigos para comer alguma coisa enquanto bebericamos e conversamos sobre todos os assuntos sem nos aprofundar em nenhum.
Em breve vamos voltar ao que chamamos novo normal, tomara sanemos a vontade de dar e receber abraços e sentir o quanto é prazeroso um encontro ao final do dia de trabalho sem perder de vista tudo que reconquistamos nesse tempo de pandemia, como o cultivo da paciência e a redescoberta do amor familiar.