<CW-41>O dia das mães para a maioria foi virtual, com longas e saudosas declarações de amor filial.
Ganharam destaque fotos antigas de momentos passados com muita alegria.
Poucas mães receberam o abraço real e carinhoso de seus filhos por ainda morarem com eles na mesma casa e usufruírem de suas companhias diariamente.
Uns por serem ainda crianças e adolescentes e outros porque ainda não se afastaram do lar materno por não terem criado seus próprios lares... E ainda outros que, ao constituírem suas famílias, as levaram consigo, não as deixando envolvidas e absortas em sua solidão.
Essas famílias puderam se regozijar com o almoço gostoso feito a mais de uma mão, puderam sentir o calor do abraço amoroso e a troca de olhares carinhosos que a convivência permite.
Na televisão pudemos observar nas homenagens que nos foram mostradas, por conta desses tempos diferentes que vivenciamos por conta dessa pandemia que atinge o mundo todo.
Mães de todas as idades, muitas seguindo as instruções passo a passo, puderam acessar seus em celulares as reuniões virtuais, onde mesmo à distância, puderam sentir o amor de seus filhos, de seus netos, agora separados para protegê-las desse terrível mal que nos assola.
Muitas se prepararam para esse momento especial, colocaram uma roupa mais bonita e confortável e sorriram seus melhores sorrisos (não conseguindo muitas vezes esconder as lágrimas que teimavam em molhar seus rostos), a alegria dos jovens do outro lado da tela os contagiava e as fazia esquecer a solidão diária, quebrada algumas vezes pela solidariedade de algum vizinho que de sua varanda canta ou toca algum instrumento que enche o ambiente de esperança e de paz.
Muitos não puderam sequer homenagear suas mães, simplesmente choraram de saudades antigas que nunca cicatrizam e que fazem reviver na memória os bons momentos vividos em outros tempos, tempo em que a vida era mais alegre e esperançosa, pois, mãe tem sempre o condão de nos manter esperançosos e otimistas.
Alguns de coração dilacerado pela perda de familiares e amigos, atingidos de maneira feroz pelo Corona Vírus, nem sequer lembraram a data especial, envolvidos pela tristeza da partida e da memória do sepultamento breve e sem despedidas, sem abraços de conforto e amparo.
O que mais marcou, entretanto, foi o olhar perdido, triste e angustiado de um jovem que mirava o horizonte sem vislumbrar perspectivas e de pessoas que não continham as lágrimas saudosas que corriam pela face, que de maneira clara demonstravam que mesmo as conversas virtuais e essa aparente proximidade não conseguiram afastar a tristeza do isolamento forçado a que estamos atualmente obrigados com a finalidade de nos protegermos e podermos tocar a vida quando tudo isso for só uma lembrança de um mal que tomou conta do planeta, impedindo nossos encontros, nossos passeios, as viagens programadas com antecedência...
Nem mesmo a compra de presentes foi possível, já que todos devem se manter em casa, e as lojas encontram-se fechadas...
É a vida nos mostrando outra maneira de viver, aprendizado difícil, mas que é em nosso benefício.
Feliz dias das mães para essas guerreiras, que mesmo distante nos ensinam a ter paciência e superar as dificuldades...