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Jornal Diário de Suzano - 23/04/2024
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Coluna

Passeios inadiáveis

27 abril 2020 - 23h59
Muitas vezes em nossas vidas temos oportunidade de viajar e por algum motivo deixamos de usufruir do passeio sob alegação de que temos algo importante a fazer ou um compromisso inadiável e, assim protelamos aquilo que poderia acalmar nossa alma, revigorar nosso corpo.
Agora presos compulsoriamente dentro de nossas casas e, ainda bem que é em nossas casas, não em um leito hospitalar, vemos imagens de lugares que deixamos de ir por motivos que para podermos fazer aquela sonhada viagem de trem, de ônibus, de avião e até mesmo por perto, de carro visitando um familiar querido ou um amigo especial.
Trocamos mensagens, nos falamos e fazemos planos para um futuro que esperamos seja próximo, mas que está muito incerto, pois, o que vemos ainda não nos dá esperança de que breve estaremos completamente livres desse isolamento que o destino nos colocou...
Pela primeira vez nos tempos atuais vemos as pessoas do mundo todo afastadas de seus afazeres, de seus familiares, de seu lazer para evitar problemas de saúde e num tempo breve lançar-se às aventuras possíveis.
Há algum tempo percebemos que os céus estão limpos, neles só os pássaros voam livremente, não se vê aviões, nem se ouve o barulho de seus motores, principalmente aqui na nossa região, tão próxima do maior aeroporto do país.
Às vezes vemos um perigoso balão cruzando os céus e nos deixando preocupados, imaginando que pode cair sobre uma residência ou uma fábrica e ainda causar danos, lindo de se ver, mas, perigoso demais para os tempos atuais e por esse motivo tão combatido e proibido.
O céu azul, o calor ameno, nos dá vontade de seguirmos rumo à praia, em busca de um banho de mar, que além do prazer refaz soberbamente nossas energias, entretanto, temos que nos contentar com as imagens que vemos na tela do celular ou do computador e sonhar que em breve vamos usufruir disso que hoje é o paraíso dos peixes e das aves marinhas, que se encontra com praias limpas e mar de águas azuis e transparentes porque está livre do seu maior predador, o ser humano.
Passear pelo interior, saborear comidinhas deliciosas, que mesmo que elaboradas com o maior capricho em nossas casas não tem o mesmo paladar inigualável daquelas feitas em fogão a lenha, colhidas ali bem próximas nas hortas caseiras.
Visitar aquele tio querido e poder abraça-lo longamente, usufruindo do aconchego dos seus braços, ouvindo a sua respiração tranquila, olhando em seus olhos e vendo ali transbordar o amor que nos dedica hoje ele retido em sua casa por causa da idade, só pode transmitir esse amor pelo telefone e nós só imploramos que lhe seja concedida saúde para que logo possamos apertá-lo com carinho em nosso abraço.
Tempos de pandemia nos faz repensar a vida e o valor que damos a ela... Muitas vezes envolvidos em nossos problemas, preocupando-se com as contas que fizemos muitas completamente desnecessárias, deixamos de viver verdadeiramente, não nos mantemos próximos daqueles que amamos, não somos felizes por completo.
Oxalá tenhamos tempo de nos recompor e aprender a viver plenamente, antes que nosso tempo por aqui se esgote...