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Jornal Diário de Suzano - 18/04/2024
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Coluna

Pequenos milagres

29 junho 2021 - 05h00

O brasileiro sempre foi considerado um povo bastante religioso e portador de muita fé.
Em tempos como os que vivemos notamos que essa fé, essa perseverança é muito mais forte, não importando o credo que se segue, o importante é se apegar e orar.
As páginas das redes sociais estão cheias de pedidos de oração por este ou aquele ente querido que se encontra adoentado, acamado, internado, carecendo de orações e quanto mais elas acontecerem, certamente mais facilmente serão ouvidas pelo Criador e terão possibilidade de serem atendidos os clamores.
São tantas as pessoas que se encontram internadas, sem acesso aos familiares, por estarem sofrendo do mal da COVID, e que só resta aos pais e familiares se apegarem a fé, esperando que a cada novo boletim médico a situação esteja melhor, que o familiar internado esteja sendo beneficiado pelas orações que o envolvem e esteja se recuperando.
Sim, a vacina já chegou para alguns brasileiros, mas não alcançou todos e, essa aparente segurança faz as pessoas começarem a acreditar que já podem se reunir nos barzinhos, nos parques, em festas organizadas em ambientes fechados, esquecendo que esse vírus sobrevive por conta dessas aglomerações, onde as pessoas se falam de muito perto, se abraçam, se beijam, sem se preocupar com a possibilidade de se infectar ou transmitir para alguém o vírus que está transportando sem saber.
Nessas reuniões existem pessoas que se veem obrigadas a participar, pois, em tempos de crise, com inflação descontrolada, onde o dinheiro se torna escasso, trabalho nesses ambientes pode gerar um pouco mais de conforto para sua família, então, mesmo tomando todos os cuidados, num ambiente promiscuo e liberado, acaba sendo infectado e, infelizmente, apesar de levar o sustento para suas casas, descobrem que foram infectados e agora estão numa cama de hospital ou numa UTI lutando pela vida.
Lógico que o vírus não escolhe só o trabalhador, ele simplesmente se vê infectado por conta do grande número de pessoas que atende, por manipular garrafas e louças utilizadas por pessoas descuidadas, mas muitos desses festeiros também acabam internados e se veem como todos que não entenderam as mensagens ou que não respeitaram o distanciamento, o uso da máscara o do álcool em gel, lutando por suas vidas.
Descobrem como é difícil a luta para fazer o ar entrar pelos pulmões e fazer vibrar o coração e funcionar todos os órgãos, descobrem que a intubação é um processo dolorido e nem sempre eficaz, descobrem que lutam solitariamente em meio a tantos outros doentes que ali estão uns conscientes outros em coma induzido, sendo cuidados com esmero por profissionais que ainda não conseguiram ver nenhuma onda acabar, pois, as enfermarias e as Unidades de Terapia Intensiva continuam cheias e, mal esvazia um leito, logo outro ser humano em sofrimento é ali colocado para ser tratado.
Então resta para a família, do lado de fora, em suas casas onde o sossego deixou de residir, se unir em oração a quantos se disponibilizarem a auxiliar e fazer correntes diárias, onde o que mais se nota é a fé e a esperança de poder reencontrar aquele familiar que agora se encontra internado, buscando no mais íntimo do seu ser a recuperação.
Nessas horas elevamos para o céu nossas preces de agradecimento, quando tomamos ciência de que mais uma vida foi recuperada, que mais um voltou para o aconchego do seu lar...