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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

Só para incomodar

18 maio 2020 - 23h59
O dia amanhece e mal tomamos as primeiras providências e o telefone toca...
No identificador de chamadas o número nos é desconhecido, mesmo assim atendemos afinal uma boa parte dos brasileiros não fica preso a uma operadora ou ao mesmo número de celular por muito tempo, enjoou vai lá e troca o aparelho, compra outro chip, muda de operadora para ver se os valores mensais diminuem, então com esse pensamento rápido já estamos falando alô...
Do outro lado a voz é de gente jovem, que fala nosso nome completo, antes de se identificar e dizer de onde é... 
Aí descobrimos que se trata de venda de remédios milagrosos que curam qualquer doença, nos faz emagrecer com facilidade, faz nascer cabelo em carecas, torna-los mais saudáveis, que toda flacidez vai sucumbir se tomarmos esse chá milagroso, tornará potente tal qual um jovem todos os homens, independente da idade.
Ah! Tem aquele do plano funerário, que agora usa o momento difícil que atravessamos para tentar nos vender aquele plano funerário tão oportuno e que ainda tem embutido um plano de saúde com acesso a clínicas populares, onde sempre seremos atendidos prontamente sem filas de espera e pelos melhores especialistas.
E, mesmo respondendo que não temos interesse e agradecendo (o que acontece nas primeiras cem ligações... risos), as ligações continuam acontecendo diariamente, num número ilimitado de vezes.
Já sem paciência, não queremos perder tempo, já conhecemos de cor todas as propostas, quais os resultados garantidos, mesmo assim não temos interesse, aí já não mais querendo ouvir nosso interlocutor ou interlocutora, e estressados de tanto responder a mesma coisa, nos tornamos algumas vezes mais ríspidos. A voz do outro lado, que também já deve estar ouvindo não pela milésima vez, alega que nem queremos ouvir, que nem damos oportunidade de esporem seu produto o que acaba nos desgastando mais ainda.
Desligamos o telefone nervosos e acabamos perdendo a paciência a qualquer sinal de vida que o pequenos aparelho sinalize...
Afora esses, tem os mais persistentes, são os bancos e as financeiras, atrás de nos propor ofertas mirabolantes com o dinheiro que podem nos emprestar pelo método consignado, onde nem vamos sentir que estamos pagando, afinal a quantia mensal é irrisória e de longa duração, para alguns aposentados talvez seja uma esperança de ainda se manterem vivos em tão longo tempo, apesar do dinheiro que vai ser emprestado talvez não dure uma semana, no primeiro supermercado ou numa loja de nome, o valor será ali deixado, na aquisição de alimentos um pouco melhores do que aqueles do cotidiano ou na compra de uma nova televisão, de um novo celular ou até mesmo no pagamento de outra dívida que já existia...
Raramente recebemos a ligação de um familiar, que preocupado com o isolamento, quer saber como estamos ou se precisamos de alguma coisa e, quando toca e do outro lado uma voz amiga se faz ouvir, temos que iniciar a conversa nos desculpando pelo tom mais agressivo, por conta do desgaste diário.
Tem que ter muita paciência para todas essas ofertas inoportunas que preenchem o dia rotineiramente...