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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

30 de janeiro: assassinado de Gandhi profeta da não violência

30 janeiro 2020 - 23h59
No dia 30 de janeiro de 1948 foi assassinado Mahatma Gandhi.
O grande profeta da não violência tombou sob os tiros disparados por um hinduísta que o considerava muito condescendente com os muçulmanos.
Cada vez que se aproxima o dia 30 de janeiro, em toda a Índia, multidões vão em peregrinação a Nova Delhi. Ali visitam uma laje de mármore negro, posta no lugar onde foi assassinado o Mahatma Gandhi. Todos prestam homenagem ao homem que ficou conhecido em todo o mundo como o “profeta da não violência". Nos dias de hoje são tão raros os líderes políticos de verdadeira solidez espiritual que se entregam ao povo. Precisamos, mais do que nunca, refletir sobre Gandhi e desejar que seu exemplo e sua mensagem sejam eficazes para sempre.
Gandhi, conforme sua biografia, cresceu na Índia dominada pelo Império britânico. Em Londres diplomou-se em Direito e em 1893 aos 24 anos instalou-se como advogado na África do Sul. Experimentou na pele a discriminação sofrida pelos negros. Defendeu as vítimas do apartheid, plantando as sementes da "luta pacífica" assumida mais tarde por Nelson Mandela.
Ao retornar à Índia tomou consciência de que seu talento político deveria estar a serviço de uma causa mais ampla: a independência de seu povo.
Ele trazia no peito e no coração a liberdade de seu povo e sabia que não podia
fugir a esta causa mesmo diante da repressão dos ingleses.
Logo que começou a sua luta foi condenado a seis anos de prisão em 1922, mas cumpriu apenas dois. Sonhava com a Índia sem castas, sem classes, sem opressores. Denunciava a política movida pela ambição, ganância e corrupção.
Em 1942 retornava ao cárcere por mais dois anos. Gandhi era um homem de protesto e rebeldia pacífica. Abraçou o método de luta da "desobediência civil" por amor à verdade e o método da "não violência ativa".
Exortava o povo a não obedecer a nenhuma lei injusta ainda que fosse promulgada pelo rei da Inglaterra.
Nele se conciliaram o místico e o político, o asceta e o líder de massas, o guia espiritual e o libertador da Índia. A política, aquela apenas de gabinete, afasta o político do povo. Gandhi era chamado a Mahatma, porque ele era a " Grande Alma" do povo. Apoiado em seu cajado, percorria a pé os vilarejos, as aldeias, propondo o boicote à importação de produtos ingleses e a valorização dos produtos nacionais. Seu exemplo arrastou multidões e fez o Império britânico tremer diante das marchas pacíficas e grevistas dos indianos. Famosa foi a "marcha do sal", que começou com poucas pessoas e depois de ter percorrido a pé 400 km. o número de participantes chegou a uma multidão incontável.
Aquele homem esquálido, de olhos brilhantes e voz pausada, tinha uma grandeza moral que cativava hindus e muçulmanos.
Amante do silêncio, quando seus irmãos hindus se posicionavam contra os muçulmanos, preferia o jejum para serenar os ânimos e reconduzir as facções ao diálogo.
Hoje, embora a Índia não se tenha ainda libertada da miséria, graças a Gandhi alcançou a independência. O líder das massas, jamais pretendeu ser uma estrela e unanimidade ou o homem dos comícios e do discurso político.
Preferiu os gestos às palavras. Frei Betto disse que "Gandhi era um desses raros homens perante os quais fica mal quem se atreve a falar mal dele".
O profeta da não violência pagou com a vida sua opção pelo fim da segregação racial, social, econômica e política.