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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

A Igreja e as Campanhas da Fraternidade conhecidas em todo o Brasil

12 março 2021 - 05h00
“Ninguém pode nos exigir que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida da sociedade, sem nos preocuparmos com a saúde das Instituições, da sociedade civil, sem nos pronunciarmos sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos”. Assim afirma Papa Francisco na Exortação Apostólica: “ Alegria do Evangelho”. As Igrejas não se posicionam diante dos cenários políticos como meras espectadoras, mas defendem os valores próprios de uma vida condizente com a dignidade do ser humano. A mesma coisa faz a Igreja do Brasil na evangelização e promovendo as Campanhas da Fraternidade, quase todas de cunho social e libertador. Mais ainda, conscientizam o povo a se sentir constitucionalmente, o soberano detentor do poder de subsidiar e também participar da vida política, decidir, fiscalizar e exercer o controle social sobre as Administrações: municipais, estaduais e federal. Se todo o povo deve ser politizado, compete especialmente aos políticos que se dizem cristãos ou de qualquer outra crença, levar adiante uma administração correta, transparente e clara, contribuindo com o próprio serviço e com testemunho, a ser fermento e luz nos aerópagos políticos e administrativos.
Ao mesmo tempo, a religião e a Igreja não devem ser usadas como pretexto ideológico e interesseiro para alcançarem objetivos que não condizem com o bem comum, como o poder, a exploração, o suborno, a extorsão e a corrupção. Contra este tipo de política se posicionam as Campanhas da Fraternidade, que iniciam sempre na 4ª feira de Cinzas e promovidas, como acontece a cada cinco anos, pelas Igrejas Cristãs.
Este ano a Campanha da Fraternidade saiu com o tema: Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor e o lema: Cristo é nossa paz: do que era dividido , fez unidade. Os verdadeiros cristãos seguem pelo caminho traçado por Cristo, que veio para unir as criaturas, as religiões, para unir a vida espiritual e religiosa à vida social e política e não para separar a Igreja do mundo. A Igreja e de consequência os cristãos precisam dialogar com as realidades do mundo, com a diversidade e com as diferenças.
Esta é a proposta para todas as pessoas que exercem alguma responsabilidade, no âmbito da família, da Igreja e da sociedade. A Igreja não existe por si mesma, mas foi constituída para dialogar com a sociedade e levar o projeto de vida anunciado por Cristo e condizente com a realidade humana, social e divina.
A Igreja não nasceu como uma comunidade isolada, desligada do mundo, da política e da sociedade ou fechada em si mesma. Foi se expandindo desde o começo pela força da Palavra e sobretudo, de 60 anos pra cá, com as novidades ecumênicas, inter religiosas e pastorais introduzida pelo Papa São João XIII, no Concílio Vaticano II, promovendo de maneira mais fecundo o diálogo. Em certas épocas e talvez ainda hoje, alguns demonizam tudo o que estava ou está fora da Igreja ou cultivam uma certa aversão.
No entanto não dá para ignorar ou apenas condenar os perigos que existem no mundo.
É necessário dialogar e não apenas ter a pretensão de dar respostas para qualquer assunto moral e científico. Um mal pior é quando se tenta silenciar e calar as vozes que ecoam ao nosso redor ou chamar de ignorantes os que pensam diferente de nós. A fé cristã e qualquer outra crença, adotadas e praticadas sem fanatismo e radicalismo religioso, oferecem à sociedade, princípios de fraternidade, de justiça e de respeito à dignidade do ser humano, sustentam a vida e a convivência social, favorecem o bem estar de todas as pessoas e fazem brotar um mundo novo.