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Jornal Diário de Suzano - 18/04/2024
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Coluna

A Lei Áurea deixou os escravizados a mercê do próprio destino

14 maio 2021 - 05h00
Cabe a todos reconhecer a vida, a liberdade e a dignidade dos seres humanos, desde a concepção até a morte. Sem esse reconhecimento a vida das pessoas brancas ou negras, continua a ser pouco produtiva por se manter numa condição de inferioridade.
Triste é a nação que não consegue defender a dignidade e a liberdade de seus filhos e cidadãos. 
Triste foi ter deixado os escravizados a mercê do próprio destino, mesmo proclamando o fim da escravidão em 1888. Se passaram 133 anos e a população afrodescendente ainda não decolou. A sua caminhada é dura, carregada de tensões e humilhações.
Deus perdoe aos que não reconhecem a dignidade de seus irmãos e desprezam, agridem ou matam os que sofrem preconceitos por causa de sua cor.
Carinho, amor, respeito, jamais deveriam faltar ou serem negados aos seres humanos. 
Há homens e mulheres que não sabem ser homens e mulheres, geradores de vida, de fraternidade e de solidariedade.
Deus criou uma única raça, a humana, e inclusive, todas as criaturas participam da sua divindade e todas possuem a mesma dignidade, sem distinção de raça, de cor e de nacionalidade. Somos a melhor obra de toda a Criação. 
No entanto, nem todos veem a humanidade como uma grande e nobre família, pois, olhando em nossa volta percebemos reações de ódio, racismo, desprezo e exclusão.
Alguns sucumbem por causa de sua cor, por ser índio ou afrodescendente.
Queríamos que a vida fosse igual para todos, no encanto e no brilho, na duração e fortalecimento do corpo e do espírito. Infelizmente não é assim.
Há quem sofra agressões físicas, insultos e outras barbaridades, sendo impedido de curtir o convívio humano. 
Há, porém, pessoas que lutam e sobrevivem mesmo encontrando-se em situações de extrema escravidão, humilhação e perigo de graves atos contra a vida. 
Nestes casos há um ser humano que teima em resistir, que luta pela vida, pela sua liberdade e dignidade.
Temos que voltar a apertar as nossas mãos como irmãos e no meio de um imenso anonimato, reacender em nós a chama do amor, do respeito e da solidariedade.
Os homens dependem uns dos outros, coexistem em suas lutas, paixões, ideais e sonhos.
Quando nascemos não somos marcados pelo preconceito como muitos pensam. Há muitos caminhos a serem percorridos e há muitos sinais de vida, de conquistas que nos esperam. 
Ninguém deve pensar que é privilegiado apenas pela sua cor ou desprestigiado por não ser branco.
A Lei Áurea não apagou todos os traços da escravidão, não foi uma liberação inclusiva, e hoje os tempos são de grande expectativa.