Há um ano, no dia 5 de outubro, faleceu Anselmo Stringhini, pai de Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo diocesano. Vinte dias depois, faleceu também o irmão José Antônio.
Se há um cemitério cheio de cruzes, há também um céu estrelado de luzes. O pai e o filho foram chamados a participar do novo mundo celeste estrelado de luzes.
José Antônio era o segundo filho, sendo que o primeiro dos 13 filhos de Anselmo e Aurora Terezinha Stringhini era Pedro Luiz que ingressou no Seminário, se tornou Sacerdote e depois Bispo.
Anselmo, aos 87 anos deixou a família, o trabalho e a Igreja que amava como sua segunda família e voltou na morada eterna do Céu. Deixou a terra, a roça, o sítio rodeado de verdejantes campos e bosques onde viveu com a família toda. No sítio localizado no bairro de Boa Vista em Laranjal Paulista Dom Pedro Luiz desde criança começou a escutar o grito da terra e do povo, cuja história dolorida, real e destemida ficou encravada no seu peito, levando-o a um sentimento de rebeldia diante de qualquer injustiça.
Todos os dias o Sr. Anselmo levantava a vista na direção do campo e saia de casa para trabalhar a terra. Quando os filhos voltavam da escola lhes dava lição de fé e sobretudo no período de frio, perto da lareira, no aconchego do calor familiar, havia a reza do Terço com toda a família, fortalecendo a fé dos filhos e preparando-os para o embate do cotidiano.
Vivendo com as tarefas de casa, da escola, da comunidade e do campo, a infância dos filhos foi-se aos poucos, curtindo a herança linda e sábia do pai e da mãe. O tempo passou. A casa do sitio foi reformada para abrigar os 13 filhos com os pais, porém, sem perder o encanto original. Os antepassados se foram e nado mudou no tempo que separou a infância dos filhos, rica de fé, dos dias atuais, vividos também com muita religiosidade.
O espaço meio mágico do sítio continuava a ser o refúgio do sr. Anselmo também na idade avançada, quando o desejo de cortar, podar e colher o levava a voltar no sítio que hoje, continua a ser o refúgio de dona Aurora Terezinha e dos filhos, para o descanso merecido e para se debruçar em seus espaços livres.
Ninguém, porém, pode tirar do coração da esposa e da mãe Aurora o sentimento e a dor pela perda do marido e do filho. Um grande e imenso amor guardado com dignidade no grande coração que ela tem para amar com ternura de mãe e de vovó os 12 filhos, os tantos netos e bisnetos.
Se alguém da família perguntar: estão felizes no céu Anselmo e José Antônio? “Claro que sim” Os dois, pela grande devoção à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e por terem uma religiosidade que tratavam com responsabilidade, simplicidade e musicalidade, estão unidos na sinfonia celeste com os santos do céu.
Acrescento as palavras que me parecem ser ditas por aqueles que nos amaram e que se encontram, hoje, na vida celeste: “ Obrigado por se lembrarem de nós nas suas orações e no seu jeito de ser uma família unida e bondosa no mundo que nós deixamos, pois estaremos sempre perto de vocês”.
Neste aniversário de falecimento impregnado de memórias, que o olhar permaneça fixo na presença de Cristo no meio de seu povo e na imagem de Nossa Senhora e a mão de dona Aurora Terezinha continue a abençoar sua família, a cada dia e a cada noite.