Fiquei lembrando no dia 22 de abril o falecimento de dona Célia Moriconi, acontecido há mais de 20 anos e de dona Aparecida Moraes falecida há dois anos. Dona Célia, esposa de Francisco Moriconi, também ele falecido, tinha uma aguda e talentosa afinidade e sensibilidade pela música e pelo piano. O uso que se faz do piano vertical ou de cauda, não é comum. Além de dona Célia que foi professora de piano em Suzano, tive a oportunidade de me deparar com o piano vertical, (se chama assim porque tem a armação e as cordas colocadas verticalmente) na casa de Margareth Renzi e dona Laíze Roston, as duas tocavam peças dos grandes pianistas clássicos, como Chopin, Schubert, Mozart e Beethoven. Hoje é comum o uso do piano digital. Dona Célia, por ser professora de piano, concretizou o projeto de uma escola musical para alunos que queriam aprender a tocar piano, dando a eles a oportunidade de mergulhar nos princípios tonais e harmónicos da música, enaltecendo o valor da música, beneficiando a alma dos alunos e fazendo crescer o interesse pelo piano e pela música. A cidade de Suzano, nos anos 80 e 90, com a frequência de muitos alunos na Escola de Música Moriconi, parecia ter uma alma musical. Dona Célia se dedicava com paciência e dedicação laboriosa, combinadas com uma percepção penetrante em relação às peças musicais que ela amava tocar.
Quem passava na frente da Escola, localizada na Rua Felício de Camargo se deparava com uma atmosfera musical que se expandia ao redor da Escola, com melodias que abordavam obras eruditas. Dona Célia e toda família Moriconi fazem parte da “Memória Viva” de Suzano.
Há dois anos, falecia também no dia 22 de abril dona Aparecida da Silva, viúva do sr. Amadeu José de Moraes, filho de Thadeu José de Moraes, fundador e Diretor Chefe da Folha “Comarca de Suzano” cujo primeiro número foi editado pela primeira vez em setembro 1961. Dona Cida, mãe de seis filhos, os atuais Diretores do “Diário de Suzano”, marcou uma presença muito forte no Parque Maria Helena dando todo o seu apoio à construção e à manutenção do Asilo São Vicente de Paula, localizado no mesmo bairro. Ela tinha como forma de comunhão com a Igreja o serviço e o amor.
Com o falecimento do marido Amadeu em 1979, dona Cida ao se tornar a mãe chefe da família carregou todo o peso das obrigações e deveres familiares, com a consciência e a responsabilidade de ficar sempre unida aos filhos, Octávio, Carlos Alberto (Xaxa), Guaru, Sonia, Solange e Augusta. Esforçou-se para ver as diversas facetas da vida e além das incumbências de casa, continuou a ajudar o Asilo e à luz da sua fé se uniu ao primeiro grupo de Suzano para visitar a Terra Santa e curtiu ao longo da sua vida muitas outras viagens no Brasil e no Exterior, levando sempre consigo alguns membros da família. Acompanhou as mudanças do Diário de Suzano, se alegrando com a modernização do Jornal. Sua predileção eram os netos e bisnetos, aos quais dava muita atenção. Dona Cida foi uma mulher livre, aberta e diretamente ligada à vida suzanense.