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Jornal Diário de Suzano - 23/04/2024
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Coluna

Paróquias e Comunidades da Igreja Católica do Alto Tietê diante da pandemia

18 junho 2020 - 23h59
Cabe, primeiro às Igrejas, cumprir aquilo que se quer que aconteça para diminuir e evitar o contágio e a disseminação do Covid 19. A Diocese de Mogi das Cruzes, com seu Bispo Dom Pedro Luiz, com os padres e suas paróquias e comunidades, compreendem a situação em que o povo se encontra, física, mental e emocionalmente e querem vê-lo mais livre e menos embotado e paralisado pelo acumulo de tantos dias sem sair de casa.
O povo sente falta de tudo, sobretudo quando alguém testa positivo e deve ficar isolado num quarto de hospital ou na sua mesma casa, sem poder partilhar a convivência familiar e sem conseguir desfrutar, saborear e se alegrar com as festas religiosas e familiares. A recomendação do Bispo Diocesano é que haja diligência em manter todos os cuidados e tomar um rumo que seja totalmente a favor da saúde do povo, que infelizmente está exausto pela enormidade de tempo em ficar em casa.
Dom Pedro Luiz e os padres não abandonaram os fiéis. A Catedral e as paróquias ficam com as portas das Igrejas abertas, pois sempre há um ou outro dos fiéis que quer, durante o dia, ficar num cantinho do templo para rezar. A Santa Missa, transmitida pelas redes sociais ultrapassa as paredes do templo e além de estar conectada com a grande e resplandecente Igreja celeste, está também conectada com a Igreja doméstica. 
O louvor a Deus, se antes era eclesial, se tornou um louvor doméstico. Tudo o que acontece na Igreja é para a glória de Deus, da mesma forma, tudo o que se move ou acontece nas casas é para a glória do Senhor. Também, é um louvor, o miado do gato que pula em cima dos joelhos da patroa que acompanha a Missa. É um louvor o latido do cachorro que, com a abanação do rabo, fica aos pés do patrão que está escutando a Palavra do Senhor, como um amigo canino, quase falando, olhando e recebendo carinho que poderia ser comparado ao carinho de São Francisco pelos animais. Gritos, choros, carinhos das crianças que pulam de um canto ao outro da casa sobem a Deus como louvor. Tudo é louvor!
Naturalmente, os dias não serão sempre assim, claro. Há momentos bem diferentes, de tédio, de extremo cansaço, transtorno, tristeza e de imensa saudade. O desafio é não levar tudo isso no excesso. Não existe em nenhum ser humano, inocência pura e perfeita. Sobra sempre alguma coisa de errado. Outro desafio é levar em consideração o distanciamento nas ruas, praças, comércio, lojas, igrejas e outros lugares, onde haverá um certo número de pessoas. Não dá para se defender do novo coronavirus se aglomerando. Confesso, sem nutrir preconceitos, que há brasileiros indisciplinados. Olhando em minha volta constato que as reações das pessoas variam entre consternação, diversão, indiferença, falta de cuidados e intolerância. A lida é dura.
A vitória sobre o Covid 19 obriga o mundo a esperar com paciência e seria oportuno, que as pessoas em casa ou na Igreja se ponham de joelhos para rezar. A oração defende contra o desânimo, o desespero e a intolerância. No entanto, ainda não dá para vislumbrar sonhos dourados de festas, abraços e confraternizações, pois estamos ainda nos deparando com um cenário frágil e aleatório e não podemos provocar uma segunda derrota social, humana e econômica. Permaneçamos em estado de graça, no conforto, às vezes, desconfortável do lar.