O falecimento de Dona Tereza Tannous acontecido no dia 5 de fevereiro de 2020, deixou em pranto toda a Colônia libanesa. A morte tirou a lucidez tão grande que ela tinha, não obstante os seus 84 anos de vida.
A Missa de 7º Dia reuniu na Matriz de São Sebastião e também Paróquia de São Charbel muitos libaneses de Suzano, de Mogi das Cruzes, de Poá de Ferraz de Vasconcelos e de São Paulo, todos conhecidos de dona Tereza, uma mulher simples e grandiosa.
Apoiou e acompanhou quando residia em Poá a Rede Feminina de Combate ao Câncer. Há muitos anos vivia em Suzano e costumava participar do grupo das mulheres na Reza do Terço em louvor a Nossa Senhora do Líbano e em louvor a São Charbel. No decorrer da vida matrimonial, casada com Elias ganhou três filhas, Nair, Iymina e Lilian. Ficou viúva, mas a sua postura de mãe, coroada rainha do lar, foi de grande valia para a família e para as filhas.
Impressionante e surpreendente o respeito de toda a Colônia libanesa por ela, mulher daquele tempo, quando vigorava o sistema patriarcal e matriarcal que considerava os filhos propriedade dos pais. Tereza soube ter as filhas sempre perto dela, mas deixando as filhas viver a vida delas.
Em dezembro de 2019, tinha apenas saído do hospital, e não obstante estivesse bem fragilizada acolheu o Grupo das mulheres de São Charbel no seu apartamento, com uma alegria contida e sorrindo a cada abraço que recebia. No seu coração reinava uma certa paz, oriunda de um caráter magnânimo, generoso e nobre.
A encontrei pela última vez no mês de novembro, sentada na poltrona e com os olhos bem suavemente aberto e sem bem soberana na sua postura.
Acompanhava com carinho toda a Colônia libanesa, carregando toda a herança cultural, humana, moral e maronita do Líbano.
Outra perda que a população suzanense sofreu foi da mulher carinhosamente chamada de "Marlene Flores". Não era professora, mas a sua voz era de professora, voz de mulher que se estivesse num palanque tinha poder de alcançar a todos com a sua voz impetuosa e vigorosa. Imponente na sua postura, chamava a atenção de todos para o que ela considerava coreto e justo. Jardim Imperador era a sua casa. Sabia o que acontecia no bairro, no centro e na cidade. Opinava sobre a conduta administrativa e política do Legislativo e do Executivo.
A sua vontade para debelar o câncer durante três anos foi extraordinária. Estranhei ao vê-la recolhida na cama de seu quarto em outubro de 2016. Era exuberante no comportamento, extrovertida, enérgica e poderosa em seus pronunciamentos e de repente no decorrer desses últimos anos descobriu a células cancerígenas foram tirando dela a vida do corpo mas eternizaram a sua vida espiritual.