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Jornal Diário de Suzano - 21/04/2024
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Coluna

A dor de todos nós

16 março 2019 - 23h59
A tragédia que ocorreu nessa semana na EE Prof. Raul Brasil atinge não apenas àquela comunidade escolar, mas a todos nós, enquanto seres humanos, cidadãos, pais, educadores, governantes. Diante da perplexidade, muitas perguntas vêm a nossa mente, e a principal delas é - "Por quê?" No sentido de achar alguma resposta, alguma explicação que acalme o nosso coração, apontamos causas, as mais variadas possíveis, que possam justificar o injustificável. A dor é grande e coletiva. É a dor de todos nós. A dor que o tempo ajudará a minorar. O tempo e a graça de Deus. Importante nesse momento é nos revisitarmos, enquanto seres humanos, feitos à imagem e semelhança de Deus, e como sociedade, no que tange ao que temos produzido e reproduzido. Sim, porque essas tragédias estão-se tornando cada vez mais comuns. O problema foi a falta de segurança, apontam alguns. Mas, de fato, há situações e lugares seguros neste mundo? Quando enchentes atingem uma cidade, devastando-a quase totalmente, onde está o lugar seguro? Quanto mais vemos notícias sobre tragédias e, inclui-se nisso, a violência crescente, temos a convicção de que não há lugar seguro. Até as construções mais sólidas podem desabar, ou mesmo montanhas virem abaixo, levando com elas o que encontram pela frente. Ninguém está plenamente seguro. O imprevisto vem a todos. Só encontramos a verdadeira segurança emocional e espiritual em Deus. Isso não significa que estaremos sempre em uma situação confortável. Por que alguns escapam, e outros não? Também não dá para explicar. Poderíamos apontar razões lógicas, como - estar em uma rota de fuga favorável, agir com rapidez no momento da ocorrência, esconder-se, resistir e lutar contra os agressores... muitas possibilidades poderiam ser consideradas; no entanto, não existe uma resposta certa e conclusiva para essa questão. 
Quando a dor nos atinge parece que o mundo vai desabar sobre nós. Foi a perda de alguém a quem amamos. Alguém que parte para nunca mais voltar. Alguém que morreu injustamente, sem oportunidade de se defender, sem saber direito o que estava acontecendo. Haverá remédio para esses golpes? Há. É a graça de Deus que, derramada sobre o sofrimento, vai cicatrizando as feridas. Cicatriz é o sinal de uma ferida, depois de curada. Deus regenerando aquela área que a dor lesionou. Deus restaurando o nosso coração machucado. Cicatriz é apenas recordação - a recordação de um mal que sofremos. É a suave lembrança de quem partiu de nós levado pela morte, ou pela distância. Se foi a distância, pode ser um aceno, uma lágrima, um lenço agitando-se ao longe. Se foi morte, pode ser o último beijo depositado na fronte do ser amado, a última palavra, o último sorriso. Cicatriz é saudade. É ferida que já não faz mais chorar. A marca está lá, mas não nos faz sofrer mais. Quais são os meios que Deus emprega para cicatrizar as lesões da alma? O tempo e a graça. O tempo encarrega-se de balsamizar o sofrimento: hoje dói muito; amanhã, dói menos. Hoje é o fim; amanhã, tudo pode começar de novo. O outro lenitivo de Deus é a Sua graça. Não há ferida que não vire cicatriz sob a ação da graça divina. O apóstolo Paulo tinha um "espinho na carne". Não sabemos se a ferida era no corpo, ou na alma. Ele orou para que o Senhor o livrasse desse sofrimento, e a resposta foi: "A Minha graça te basta". (II Coríntios 12:9) Deus daria forças para que Paulo pudesse conviver com aquela ferida, sem que esta afetasse definitivamente a sua vida. Ai de nós, se não fosse a graça de Deus! Ficaríamos prostrados, quando atingidos pelo sofrimento, sem jamais nos levantarmos. Por isso, nesses dias difíceis, de tanto sofrimento para todos nós, oramos pelas famílias enlutadas, oramos pela comunidade escolar da EE Prof. Raul Brasil, oramos pelas nossas crianças e pelos nossos jovens, oramos por nossa cidade e pelo nosso país! Que essa dor coletiva, que hoje sentimos, seja transformada em esperança e mudanças!