Não basta ser "terrivelmente evangélico". Religiosidade não leva ninguém para o céu. Nem faz a diferença na vida das pessoas. O maior anseio de um cristão de verdade é ser parecido com Cristo nas atitudes, nas palavras, na fé. Cristo é o nosso maior exemplo de vida. Será que a nossa forma de ser e viver inspira as pessoas? Na minha adolescência fui impactada pela leitura de um livro, cujo título era desafiador: "Em seus passos, o que faria Jesus?". Em síntese, o autor nessa obra procurava mostrar a revolução possível de acontecer na sociedade, se os cristãos se comprometessem a viver segundo os passos de Jesus em todas as circunstâncias. Confesso que não é fácil. Muitas vezes damos vazão aos nossos impulsos carnais e deixamos que o nosso "eu" fale mais alto. Ser cristão é ser parecido com Cristo. É ser identificado com a pessoa de Cristo. Os seguidores de Jesus foram chamados de "cristãos" pela primeira vez em Antioquia (Atos 11:26), porque o comportamento deles era como o de Cristo. Será que quando olham para nós veem Cristo? Será que, de fato, desejamos ser como Cristo? Até que ponto estamos dispostos a abrir mão de nosso "eu" e das nossas vontades para agir como Cristo? Conta-se que o famoso jornalista Henry Stanley foi à África, a fim de procurar o missionário David Livingstone, de quem há muito não se tinha notícias. Conseguiu encontrá-lo, ficou observando-o no seu trabalho missionário, ouviu o que ele dizia e também ouviu o que diziam dele. Depois de algum tempo convivendo com o missionário, declarou - "Agora eu creio que há um Cristo, porque há um Livingstone!" Que forte! Anos atrás as autoridades comunistas da China encarregaram um de seus escritores de escrever uma biografia oficial de Hudson Taylor, com o objetivo de denegrir a figura desse grande missionário perante os chineses, que guardavam a lembrança das abnegadas atividades daquele homem de Deus. À proporção que o escritor ia escrevendo o livro, impressionava-se cada vez mais com o caráter e a vida íntegra do missionário. Finalmente, não resistindo mais, o escritor renunciou ao ateísmo e se tornou um cristão. O exemplo desses homens de Deus falou mais que suas palavras!
O apóstolo Paulo, escrevendo aos cristãos da igreja de Corinto, disse - "Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens". Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração". (2 Coríntios 3:2-4) Texto lindo! Que grande responsabilidade Paulo estava dando aos cristãos de Corinto! E isso é para nós também. Qual é o conteúdo da carta que estamos escrevendo para o mundo? Cada cristão, através de seu testemunho, de sua forma de viver, deixa na vida das pessoas uma mensagem. Nossas palavras, ações e atitudes mostram quem somos de fato. Somos como uma carta de recomendação para aqueles que não conhecem a Jesus. Quando olham para nós, têm que ver as características de Jesus. Precisam enxergar que ali estão pessoas transformadas pelo poder de Deus. O destino dessa carta, portanto, é o mundo. O que as pessoas podem ler em nós? Elas veem amor, paciência, alegria, bondade e generosidade? Ou nos veem como pessoas egoístas, ciumentas, briguentas, individualistas e invejosas? Somos cartas que levam vida, esperança, boas notícias para as pessoas, ou somos cartas tristes de serem lidas? Parecidos com Cristo - que esse seja o nosso maior alvo!