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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Coluna

A morte

17 outubro 2017 - 05h00
Único fato certo em toda a vida é a morte, nascemos e com o passar do tempo tomamos consciência que um dia ela se apresentará e não se importando o quanto ainda queremos viver vai nos levar, sem ouvir nossos lamentos.
Quando criança imaginava que se ela aparecesse para levar aqueles que amava, eu certamente seria mais inteligente e os esconderia dela, não permitindo que finalizasse sua missão.
Entretanto, o tempo, esse mesmo que nos faz aprender até sem frequentar os bancos escolares mostrou quão inútil é tentar fugir dessa figura, que não vemos o rosto, que é motivo de muitas conversas diárias e que ceifa a vida de parentes, de amigos, de gente que conhecemos ou não... 
Uns leva com violência, outros nos acidentes, uns na mansidão do sono, outros com a desculpa das doenças que assolam esta terra. Para todos tem uma desculpa para findar a caminhada.
Não tem data para aparecer, nem marca hora... Às vezes, nos prega sustos, ameaça nos levar, mas sabe-se lá por qual motivo vai embora sem finalizar sua missão e nos deixa a sensação que somos mais fortes e que a convencemos em não mais aparecer.
Não se importa com a condição social, se estamos ou não com saúde, se temos compromissos para cumprir, se iremos fazer falta ou não aos familiares... 
Entretanto, quando ela leva a vida que movimenta o corpo, acreditamos que nos alegre com alguma promessa, pois, notamos que o corpo inerte esboça um leve sorriso, uma alegria que não conseguimos entender, como se a paz finalmente tivesse vindo ao encontro daquele que para nós partiu, sem nem mesmo se despedir.
Ouvia os antigos que diziam que quando nascemos trazemos na algibeira o bilhete da volta e, que essa era a única certeza que todos tinham nessa vida... O retorno...
Um dia qualquer, ela vem saca de nossa algibeira esse bilhete esquecido e lá vamos nós de volta para o lugar de onde um dia viemos, mas que não guardamos na memória...
Com o passar dos anos aprendemos que ela vai se fazendo presente com mais frequência ou, talvez sejamos nós que reparamos mais em suas visitas silenciosas, que encerram a caminhada de amigos, de parentes, de conhecidos... 
Então mais uma vez lembro-me dos dizeres dos mais velhos, entre a chegada e a partida temos um lapso de tempo que deve ser aproveitado de maneira positiva, com alegria, usufruindo das oportunidades, do aconchego daqueles que amamos, progredindo, estudando, trabalhando e principalmente sendo dignos, para que não sejamos tomados por algum tipo de remorso quando o apagar das luzes, o final da caminhada se apresentar.
É mesmo como uma viagem de trem, onde a cada estação uns saem e outros entram, podem ou não fazer parte de nossa vida, mas serão companheiros de jornada, até que chegue a estação onde finda nossa viagem.
O tema pode parecer melancólico, mas não é, pois, cientes de que um dia ela se fará presente, vamos nos aperfeiçoando no viver em paz, curtindo cada novo amanhecer com disposição e alegria, pela oportunidade que nos é concedida...