Parabéns a Mogi das Cruzes! Muito feliz aniversário, querida Cidade!
Sempre tive um carinho muito especial por Mogi das Cruzes. Foi a primeira cidade que conheci aqui no Alto Tietê. Sempre a vi como uma espécie de liderança em nossa Região. Mesmo consciente das diversidades entre a atualidade e as coisas de há uns vinte e tantos anos, quando Suzano tinha um destaque bem especial.
Morávamos em Niterói, no bairro de Icaraí, isso aí por volta de 1958. E meu pai recebeu um convite para servir num quartel de Intendência, em São Paulo. Ele adorou a ideia. Pensava em se instalar num sítio. E combinou com um colega, oficial reformado, que morava em Mogi, de passar uns dias na casa dele para conhecer o ambiente. Eu tinha terminado o Curso de Admissão (algo equivalente ao atual Quinto Ano do Ensino Fundamental) e ingressado no Ginásio (equivalente ao Sexto Ano) no Colégio Salesiano Santa Rosa, também em Niterói.
Viajamos nos antigos “Trens de Aço”, creio que eram chamados de “Vera Cruz”. Eram trens-dormitórios, com cabines bem confortáveis. O Trem parava em Mogi, onde saltamos.
Mogi das Cruzes era bem o que conhecia como “Cidade do Interior”. Era relativamente distante dos grandes centros urbanos. Levava-se uma longa viagem de trem até São Paulo, mas, reconheça-se, havia também uns trens com poltronas estofadas. Bem confortáveis.
As ruas de Mogi eram estreitas. As mesmas do Centro de hoje. Com calçadas estreitas, bem diferente das de Niterói, na beira da praia. Mas eram agradáveis. Com pouco mais de uma década após a Segunda Grande Guerra, chamou-me a atenção o grande número de emblemas da FEB, Força Expedicionária Brasileira, afixados nas casas. Muitos combatentes haviam vivido por ali. Era um destaque imenso para mim, um menino, mesmo filho de militar. Meu pai viveu batalhas, internas pelo Brasil, mas não esteve na FEB. Mas não gostava de ficar se lembrando dessas experiências. Sei bem o quanto lhe foram traumatizantes. E como, com toda certeza, foram impactantes para os combatentes febeanos. Nunca havia vista tal relevância em outro local. Que nunca mais tenhamos de viver uma experiência dessas, mas a sua vivência foi extremamente marcante para toda a população mogiana. E os atuais habitantes devem mesmo ter muito orgulho desses seus heróis.
A procura de sítios andamos por Suzano e Ferraz de Vasconcelos tamém. Suzano tinha as mesmas ruas centrais de hoje. Com muito menos movimento, mesmo. Não havia ainda a atual Igreja Matriz. Mas na rua atrás da Igreja, isso me ficou marcado na memória, havia um ponto de taxi de carroças e charretes.
Mogi das Cruzes por seu lado também era fácil de circular. A Cidade cresceu muito. Ainda que com necessário planejamento a atualidade pressiona muito a vida dos moradores. Mas sinto que todos buscam enfrentar suas dificuldades.
Trabalhei por quase trinta anos nas Universidades, UMC e UBC. Meu carinho.
Hoje há um relativo consenso em considerar os ditos 458 anos de Mogi das Cruzes. Uma longa história sempre será considerada. Comemoremos todos da nossa Região do Alto Tietê.