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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

A Revolução de 1932 no Alto Tietê

08 julho 2017 - 06h00
O “9 de Julho” é, por Lei Estadual, a “Data Magna Paulista”, a mais importante do estado de São Paulo. Seu significado é de luta pela democracia, constitucionalidade, liberdade, importantes para todo cidadão. Os paulistas lutaram ao preço de suas vidas por esses temas. Deve ser celebrada. Ninguém nasce sabendo a sua história, ela deve ser ensinada.
Sabemos que, infelizmente, poucas cidades tem leis que obrigam o ensino de sua história local, menos ainda da história do nosso estado. 
Mas isso não significa que os que sabem não devam se empenhar em divulgar e se bater para que os valores sejam mantidos. Quem não conhece os seus valores, os valores de sua cidade, pode vandalizar até os seus símbolos mais importantes.
A Revolução Constitucionalista de 1932, que se estende de julho a fins de setembro, acaba por causar muitos problemas e prejuízos às ferrovias, especialmente às paulistas na época, pois, provocou a interrupção das comunicações das linhas com os outros Estados. 
E essa Revolução passou também pelo Alto Tietê.
Da década de 1930 Jamil Andere estabeleceu o que depois virá tornar-se a Padaria e Confeitaria Francesa, em Ferraz de Vasconcelos. Em depoimento, de seu filho, criança pequena na ocasião, confirmou o que sabia de seu pai, José Andere, chamado a ceder o espaço da sobreloja de seu armazém e padaria como alojamento de Voluntários da Revolução Paulista, que se dirigiam ao fronte de batalha no Vale do Paraíba.
A Região do Alto Tietê, especialmente a sede, Mogi das Cruzes, abrigou, igualmente, durante a Revolução de 1932 muitos refugiados, há cálculos em cerca de mil retirantes das zonas em conflito. Eram pessoas vindas do Norte do Estado, especialmente da região do Vale do Paraíba, de Barreira, Areias, Silveiras e Bananal. 
Desde 10 de julho, logo após o início das batalhas, a região teve tropas aquarteladas. Esse movimento permaneceu durante todos os meses da conflagração. Apoiando a causa, a população local muito contribuiu, abastecendo com alimento e água. Prédios públicos e casas particulares serviram de abrigo para muitos dos soldados.
As instalações municipais permaneceram abertas dia e noite, até 30 de setembro, sem descurar do atendimento regular dos serviços necessários e regulares em todo o território de Mogi das Cruzes, que compreendia então Ferraz de Vasconcelos, Poá e Suzano.
A campanha do ouro (“Ouro para o Bem de São Paulo”) para ajudar os paulistas encontrou grandes contribuições durante o período na Região. 
No entanto, em toda o Alto Tietê foi pequena a apresentação de voluntários para engajar as tropas.
O Prof. Clovis Catharino informou-nos que em pesquisa na Escola Raul Brasil, que em 1932 era o 1º Grupo Escolar de Suzano, encontrou o registro de um docente onde constava: “Professor ausente na escola, mas presente em luta a favor de São Paulo”.
Encerrado o Movimento Revolucionário, vieram as tropas contrárias, federais. Foi significativamente menor a participação popular, mas contaram com o atendimento das autoridades locais.