Frequentemente ouvimos a frase - "Deus é justo." Mas não é incomum colocarmos em funcionamento a nossa justiça. Antigamente, na época do Velho Testamento, a regra era - "olho por olho, dente por dente". Mas Jesus nos ensinou a andar a segunda milha, a perdoar, a deixar que Deus faça a verdadeira justiça. No Sermão do Monte, Jesus ensina que aqueles que têm fome e sede de justiça serão fartos. (Mateus 5:6) A justiça do homem, no entanto, é falha, pois é baseada em intenções, perspectivas e conceitos limitados. Os tribunais funcionam com base em provas, autos processuais, que são produzidos por homens. Na justiça divina, o Juiz, que é Deus, tem diante de Si todas as provas, claras, fidedignas, inquestionáveis, irrefutáveis, a partir das quais Ele determina os seus juízos. Somente Ele tem a perfeita condição de nos saciar com a Sua justiça. Sabemos que no mundo em que vivemos predomina a injustiça. Mas, como cristãos, ainda que falhos, temos que praticar a justiça na vida diária.
A maioria das pessoas, em uma ou outra ocasião, foi maltratada por alguém. Quando isso acontece, nosso horizonte se torna nebuloso. Ficamos tristes. Lembramos da forma como fomos manipulados, do tratamento injusto, da traição, da rejeição. É terrível sentir-se, de alguma forma, rejeitado. Quem já passou por isso pode-se lembrar do sentimento de abandono, gerado pela rejeição. É mais triste ainda, quando somos vítimas do mal deliberado - alguém nos magoou intencionalmente. Isso aconteceu com José do Egito. Rejeitado, vendido como escravo pelos irmãos, José, agora, muitos anos depois, encontra-se numa situação privilegiada. Poderia vingar-se, mas decide perdoar àqueles que lhe causaram tanto sofrimento: - "Vocês, na verdade, intentaram o mal contra mim; porém, Deus o tornou em bem, para fazer aquilo que vocês estão vendo agora - conservar a vida de muita gente, inclusive a de vocês". (Gênesis 50:18-20) A motivação dos irmãos de José foi mesquinha - e ele deixou isso claro. Mas Deus fez todo aquele mal se transformar em bênção para todos eles. Quando reconhecemos a ação de Deus em todos os nossos caminhos, ofuscamos as emoções humanas e as lembranças negativas do nosso passado. Deus não está manipulando títeres. Tudo o que Ele permite tem um propósito, ainda que não consigamos enxergá-lo no momento do sofrimento. Depois que José se revelou aos irmãos, colocou em dia 25 anos de conversa acumulada. Cada vez que os irmãos procuravam mencionar os erros do passado, José os impedia. "Não vamos mais falar nisso; isso pertence ao passado. Deus tinha um plano, e tudo cooperou para o nosso bem e a glória Dele. Vamos falar sobre essas coisas".
A grandeza é revelada em nossas atitudes. A grandeza surge nas atitudes de humildade e perdão em relação aos nossos semelhantes. José dá o exemplo. Ele sabia perdoar e era misericordioso. Há muitos acontecimentos nesse mundo que nos podem levar à revolta, tornando-nos insensíveis e vingativos, se olharmos os fatos pela perspectiva humana. É preciso Deus para endireitar o coração. Quando tomamos uma atitude errada, mesmo estando certos, contemplamos a vida com olhos puramente humanos. Quando tomamos a atitude certa, olhamos a vida da perspectiva divina. Então, Deus, que é justo juiz, vai fazer justiça a nossa causa!