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Jornal Diário de Suzano - 20/04/2024
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Coluna

Animais adotados

17 dezembro 2018 - 23h15
Acordo cedo e me deparo com um par de olhos meigos, enormes e vigilantes... Ele está ali me observando e cuidando do meu sono como fiel escudeiro...
Assim que abro os olhos ele balança o rabo e o corpo todo demonstrando a alegria de poder contar comigo novamente, seu olhar agora é a expressão do que podemos entender por amor, amor puro e leal, desinteresseiro... Não espera nada em troca a não ser amor e um pouco de carinho.
As atividades do dia começam e ele está ali presente, companheiro... Abro o portão para que dê uma volta, estique as pernas e ele sai lampeiro, mas dá alguns passos e olha para ver se me mantenho parada no mesmo local e se por acaso me locomovi para cuidar das plantas na calçada e sumi temporariamente de seu ângulo de visão, volta correndo e percebo em seus olhar o temor de ter sido novamente abandonado, quando me vê faz uma festa imensa, como se não me visse há horas...
Quando foi adotado, era um pequeno cão carente e amedrontado, com imenso medo de entrar no veículo para passear, colocado no carro, tremia e nos olhava apavorado, seu olhar desesperado demonstrava claramente que tinha medo de ser abandonado e foi fácil perceber que já tinha passado por essa situação, pois, se estava no interior do veículo e parávamos por qualquer motivo dali não queria sair, da mesma forma que antes não queria entrar...
Com o passar do tempo percebeu que só íamos passear e foi se tranquilizando e hoje faz festa quando me vê arrumada e pegando sua guia e indo para o carro, sabe que vai passear e vai voltar, tem um lar, está com pessoas que o amam, apesar de suas traquinagens.
Tomou conta de cada um de nós, mesmo com seu jeito ranzinza que às vezes festeja a presença de alguém ao seu lado e outras rosna como se estivesse estressado.
E lógico tomou conta de um cantinho no sofá da sala, de um pedaço da cama, onde antes de subir olha pedindo permissão e aconchego e logo depois se instala como se fosse o único dono.
Transformou-se numa companhia inseparável e um ouvinte atento, que certamente entende tudo que falo, prestando atenção aos meus movimentos e quando me vê silenciosa, corre buscar seu brinquedo e para bem próximo, demonstrando que quer brincar, mas não facilitando a entrega que assim eu vou me movimentar e esquecer o que pode estar me afligindo e que sua inteligência captou melhor do que os outros humanos que me cercam.
No momento em que sento ao computador para fazer meu trabalho, se acomoda abraçado com seu paninho favorito e aparentemente dorme tranquilo, mas basta um leve movimento meu para ver que está atento, que seu sono é leve e não deixou de cuidar de mim.
Assim se mantém ativo o tempo todo, tomando conta da casa, de nós, só dormindo tranquilo quando aconchegado em nossa cama e bem próximo de nós, onde se sente seguro e aconchegado, retribuindo com muito amor a atenção que lhe é dada...
Adotar e sentir o amor e a gratidão desses animais é maravilhoso e indescritível...