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Jornal Diário de Suzano - 18/04/2024
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Coluna

Como uma planta amarga

07 dezembro 2019 - 23h59
O boldo é uma planta amarga, cujas folhas são muito utilizadas popularmente para problemas digestivos. Mas não é fácil ingerir um chá ou suco de boldo em razão de seu amargor! Uma das lutas diárias que travamos é contra o ressentimento. Ressentimento é o sofrimento pela existência de mágoas, rancores em nosso interior. É a angústia que se forma como consequência de uma ofensa ou a partir de uma atitude que é recebida de malgrado. É a ação de ressentir, ou seja, de sentir de novo, sentir repetidamente as emoções negativas que foram provocadas a partir de uma atitude deliberada, ou não. Sim, há pessoas que ficam ressentidas com pequenas coisas; muitas vezes fantasias que elas mesmas criam sobre um suposto mal recebido. E sofrem com isso! Alguém está sempre devendo a elas. Não conseguem perdoar e deixar o passado para trás. 
O ressentimento faz muito mal. É uma força destrutiva que pode sugar todo o nosso potencial de vida, de realização. Certo dia, acordamos e percebemos que estamos esgotados, envelhecidos. Fomos corroídos pelo ressentimento. Mas aí pode ser tarde para mudar alguma coisa. O texto bíblico de Hebreus 12:15 nos alerta sobre o ressentimento: "Tomem cuidado para que nenhuma raiz de amargura, brotando, perturbe vocês e, por ela, muitos se contaminem". Em outra tradução, esse texto vem assim - "Cuidado, para que ninguém se torne como uma planta amarga que cresce e prejudica muita gente com o seu veneno". Deus conhece muito bem o homem. Ele sabe que vez ou outra nos sentimos decepcionados, magoados com certas atitudes que não esperávamos. Quem nunca passou por decepções na vida? Contudo, não devemos permitir que esse quadro emocional crie raízes dentro de nós.
O rei Davi sentiu na alma uma pontada profunda de decepção, quando ouviu aqueles que se diziam seus amigos zombarem dele. "Abrem a boca de par em par contra mim e dizem: Ah! Ah! Os nossos olhos o viram". (Salmo 35:21) Uma interjeição de aversão, de desprezo, de ódio. De satisfação pelo mal que o atingira. Pelo seu sofrimento. Como se o vendo naquele estado lamentável, dissessem com um sorriso de maldade: "bem feito!" Não sabemos bem como as coisas chegaram a esse ponto. Mas não é difícil imaginar os percalços que Davi precisou superar como rei e guerreiro. Quantos entraves ele precisou vencer, cercado como devia estar não só de uma legião de bajuladores como de uma não menor legião de intrigantes, que tudo fariam para tirá-lo do trono, fazendo-o cair em desgraça. Assim é o mundo.
Há pessoas que se alegram com o mal alheio. Que riem, quando outros choram. Que pisoteiam com fúria aqueles que vão ficando pelo caminho. Não só falta de solidariedade, ou indiferença, mas interesse em ferir mais aqueles que já estão feridos. A arma empregada não é um punhal, mas a palavra. Poderia ser uma interjeição, um sorriso falso, um movimento de cabeça, um gesto... São tantas as situações que nos podem magoar. O que fazer? Não podemos mudar as pessoas. Mas podemos evitar que o ressentimento se aloje em nós. É uma tomada de consciência e uma disposição para perdoar e seguir em frente. O rei Davi tinha a quem recorrer. No Salmo 37:7-8, o salmista Davi, outrora tão machucado, mostra-se mais fortalecido e aconselha: "Descanse no Senhor, espere pacientemente pela sua ação. Não fique preocupado com os homens maus que conseguem sucesso em seus planos perversos. Deixe de lado a raiva, abandone essa ira! Não perca a cabeça; isso só traz prejuízo!" Querido leitor, não permita que o ressentimento tome conta de sua vida. Não fique brigando com o mundo. Deixe Jesus curar essa alma ferida, passar o bálsamo nesse coração machucado. Ele é a nossa justiça! Não há situação que não compreenda. Ele nos receberá sempre com amor e graça!