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Jornal Diário de Suzano - 18/04/2024
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Coluna

Conversa com a morte, lembrando a perda de Laércio Bonalume

02 novembro 2017 - 05h00
Poucos pensam na morte, mas são muitos os que tem medo da morte. 
Ela poderá chegar de forma dolorosa, como aconteceu com o amigo Laercio, que lutou contra um câncer muito agressivo. Pode chegar de forma trágica, natural, após um breve ou longo espaço de tempo. Não sabemos. Isso nos intriga porque não nos é dado saber como será o amanhã. 
A Terra não é o lugar onde podemos alimentar o sonho de uma eterna posse das coisas que nos pertencem. 
A qualquer momento podemos ser chamados para nos adentrar no mistério da vida sobrenatural. Por enquanto estamos engatinhando, empurrando o carrinho, cheio de delicias e alegrias, angustias e sofrimentos e de tantas outras experiências que compõem o nosso cotidiano. Porém, o futuro, aquele eterno é uma grande incógnita e suscita uma grande expectativa. 
O sono da morte será breve e acordaremos ao som das sinfonias celestes e divinas. Vivamos intensamente o momento presente. A terra nos faz e nos desfaz.
Põe limites ao nosso viver e ao nosso desejo de infinitude e apaga em pouco tempo a nossa juventude. No entanto, antes de terminar o breve ou longo ciclo da nossa vida e da nossa caminhada terrestre, aproveitemos o dom da vida, o dom dos amores maternos e paternos, conjugais e familiares, comunitários e sociais. 
Aproveitemos o dom da fé que nos faz esperar algo de melhor após a morte. Sabemos que a vida está continuamente ameaçada: balas perdidas, tiros que matam, assaltos e roubos, doenças e desgraças, abortos e cirurgias de alto risco e complexidade.
O ontem já não existe mais, fica apenas uma recordação. O presente é o tempo real que não podemos desperdiçar e devemos constantemente alimentá-lo, desde a concepção no ventre materno até o retorno ao seio da terra e à casa do Pai Celeste.
A morte é a maior tragédia humana que paulatinamente se apodera dos seres viventes, homens e animais, sonhadores ou não, com temperamento sereno e tranquilo ou ansioso e inquieto. 
Os homens, os cientistas, os estudiosos conversam sobre o mundo e seus rumos, mas desconversam sobre as sombras misteriosas da morte e seus tentáculos, que não permitem a ninguém escapar. 
De bom, porém, ela pode desvendar segredos inimagináveis que levaram Guimarães Rosas a declarar com uma intuição genial: “ As pessoas não morrem, ficam encantadas”.
Adriana, a tua dor pela perda do teu esposo Laércio, há pouco mais de um mês, seja acompanhada do pensamento de Cristo sobre a morte. 
A você que com Laércio acompanhou passo a passo, com suave e paciente doçura os serviços exigidos pela profissão e pelo compromisso com a família e a Igreja, sem nunca perder a vontade de servir, que o Senhor possa dizer algo a mais. Já se passaram quarenta dias de quando o Laércio alcançou a realeza e a grandeza dos Santos.